confissões, devaneios, mimimis e alguns surtos psicóticos... afinal, ninguém é de ferro!
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
A arte do autoengano
Estava falando com uma amiga sobre um colega nosso em comum. E falávamos da dificuldade que ele tinha de se libertar de algumas amarras do passado. Uma vez eu e ela até chegamos a pensar que a terapeuta do amigo era louca de pedra, dada às coisas que ele dizia que ela falava. Depois concluimos que não, na verdade ele inventava uma estória e a contava. Ele criava uma realidade na cabeça dele. Ele ouvia o que queria, e acreditava no que queria também, criando um mundo próprio. A verdadeira arte do autoengano.
Cada um tem seus motivos para crer na estória que quiser. Se a coisa está difícil, crie seu mundo e sua estória se te faz bem. Só cuidado que a linha que separa a realidade da ficção não é tênue, é praticamente invisível. Fumaça sem cheiro, cor ou som.
Só que as vezes algumas destas estórias inventadas criarão tentáculos. E você morrerá sufocada por eles. Porque algo criado em cima da mentira é como casa construída em cima de areia, simplesmente não se sustenta. E você pode pagar caro por se afastar da realidade.
Sempre penso que cada um faz o melhor que pode. O erro está em exigirmos do outro mais do que ele pode oferecer. Se o outro não tem condições de lidar com a realidade do jeito que ela é, o que podemos fazer? É problema dele isto. E errado estamos nós em querermos que o outro enxergue a quantidade de água existente no copo do mesmo modo que nós.
Eu tento, após anos de aprendizado, ver o copo meio cheio. Tem os que preferem o "meio vazio". E se alguém não quiser sequer enxergar o copo, paciência, é o que tem para hoje.
Agora, faça-me um favor: caso eu não esteja disposta a viver no seu mundo de fantasia, respeite isto, ok? Porque não há paciência que aguente a mesma estória, encalacrada no mesmo lugar, por anos e anos e anos a fio. Eu escolho seguir em frente e viver a vida que chega. Se você escolhe ficar parado, sou solidária a você, mas não é o que quero para mim. Não tenho medo de perder, o que eu temo é não jogar o jogo. Ok? Ok.
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"Não tenho medo de perder, o que eu temo é não jogar o jogo." Tô com vc nessa. Bj.
ResponderExcluirte juro que é verdade e nao apenas licença poética...
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