confissões, devaneios, mimimis e alguns surtos psicóticos... afinal, ninguém é de ferro!
domingo, 15 de janeiro de 2012
A gota d'água
Mal voltei das férias encontrei uma colega na rua. Destroçada! Olheiras, descabelada, provavelmente sem tomar banho. Cara de louca. "Meu Deus, o que aconteceu com você?" "Terminei meu namoro de cinco anos." "Mas, calma. Como? Por que?" "Depois te conto. Só te digo que foi por e-mail." Fiquei com cara de... oi?
Depois conversei com ela com um pouco mais de calma. Ela tomou banho (e admitiu que não tomava há dias) e me contou. Palavra usada por ela: DEU! Eu não falava nada, deixei que ela falasse. Uma vez aprendi que uma das maiores caridades que podemos fazer é emprestar o colo para quem precisa de afago, ou até escutar quando alguém precisa falar falar falar. Sei que lágrimas limpam a alma, mas as vezes elas simplesmente não caem.
Um resumo honesto da estória seria: pela zilionésima vez ela precisara dele, e ele não a ajudara. Fazia cinco anos que isto ocorria, mas finalmente a gota d'água veio. E sei que ele era o tipo de pessoa que pensa nele, depois nele e lá em terceiro lugar, nele. Sua própria família não conta com sua digníssima presença nas horas necessárias. Precisa pegar algo no prédio em que ele trabalha? Não precisa pedir, ele não irá pegar. E, pior, arrumará desculpas. Enfim...
Aposto que você já se fez isto em algum momento da vida. Você SABE que aquilo não tem futuro. O cara (ou a mulher) dá várias mancadas com você, te trata pior do que você merece, faz coisas que você não gosta, tem aquela mania que desde o primeiro dia já te irritava. "Mas ele é bom...", "não existe gente perfeita", "Ah, depois melhora..." Quando queremos, inventamos desculpas mil para justificar nossa decisão de continuar com aquela pessoa. Rebaixamos nossa nota de corte, aceitamos ser tratadas em um patamar bem abaixo do que pensamos ser merecedoras. Carência é sim uma merda, e já confessei ter muito medo deste troço. E sim, já inventei desculpas mil para ME justificar por que insistia naquele Bateau Mouche.
Será que é só carência que nos faz ir aguentando e sustentando este relacionamento que já nasceu com a lápide agregada? Por que nos fazemos isto? Será que isto é coisa só de mulher? Por que aceitamos coisa pior do que queremos? Por que é preciso anos para se aceitar o óbvio: aquilo não vai dar certo, e já nasceu com data de validade vencida?
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Simples, Karina...
ResponderExcluirporque a paixão engole tudo, absolutamente tudo.
bj.