sábado, 6 de outubro de 2012

LIXEIRAS PRA QUE?


Te proponho um exercício. Comece a reparar por onde você anda - não faça isto se estiver dirigindo, ok? - a quantidade de pessoas que joga lixo nas ruas. Sério, me propus esta tarefa durante esta semana e fiquei chocada. Nem contei as bitucas de cigarro, foi só porquice mesmo. E ai a gente para e pensa: adianta melhorar tanto em tantas áreas, se não aprendemos a simplesmente não jogar papel no lixo?

Vi carros chiques e caindo aos pedaços jogando papel picado pela janela. Vi taxistas limpando a cestinha que acho que levavam dentro do carro no bueiro mais próximo. Vi gente que estava ao lado de lixeira e jogou o papel de bala no chão. Vi gente que tentou ser civilizado e jogou sua sujeira no lixo, mas ele voou e parou na fuça da pessoa. Ela se fez de cega e, bom, foi embora.

Uma vez um estudante de medicina - hoje médico formado, acho - que era rolo de uma amiga minha disse que era necessário gerar sujeira para que os profissionais da área mantivessem seus empregos. Só não coloco o nome e o CRM dele aqui porque o chamo de "estrupício". Se pessoas instruídas pensam assim, como condenar quem não teve a oportunidade de estudar? Ou será que são estes, os que aprendem com a sabedoria de seus pais, que se encarregarão de não vivermos em chiqueiros no futuro?

Vira e mexe acho papel de bala nos bolsos das roupas que uso. Minha bolsa então, vira e mexe demanda um extreme makeover, de tanto papelzinho e coisa velha que deixo lá para depois jogar no devido lugar. Sou melhor que outros por isto? Não mesmo! Só que fui ensinada a ser assim, como sei de amigos(as) queridas que também fazem a mesma coisa que eu. Sabe o filme A Corrente do Bem? Será que não dava para fazer uma Corrente da Limpeza? Parece mais fácil e de resultados mais imediatos. Será que tô querendo muito?


Em tempo: há uns meses tinha um grupo de jogadores de futebol em Congonhas. Não sei quem eram, sei a cor da camisa. Eles juntaram quatro mesinhas e lá estavam enquanto esperavam o voo. Algumas crianças pediram para tirar foto; a maioria deles estava com uns fones de ouvido na cabeça e se entretia com seus celulares. Quando eles sairam, juro que queria ter tirado uma foto da mesa que eles usaram. Não apenas não recolheram seus pratos e copos e papeis usados, como derrubaram líquido nas mesas, cadeiras e chão. A lixeira mais próxima? Te juro por todos os deuses que estava no máximo a uns dois passos de uma das mesas. Penso se estes são os nossos modelos inspiradores. Nossos não, dos cabeças-fracas ou das crianças. E temo pelo que vi neste dia. Porque olha, tem hora que bate uma desesperança viu...  E se o mundo não pode ser melhor, que seja ao menos menos sujo.

De novo: será que tô exigindo muito?

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