quinta-feira, 29 de maio de 2014

dúvida x bunda mole



Eu me considero uma pessoa bunda mole, cagona, qualquer adjetivo destes bem amorosos pode ser usado para dizer o básico: eu fujo de brigas e discussões, sou da paz, não danço até o chão, não vou em coisas barulhentas, durmo cedo, não vou em balada, não vou em locais com tendências explícitas a dar merda, etc.

Só que daí eu estava falando com um amigo meu a respeito de uma das coisas mais nocivas que existem em termos de autossabotagem => a dúvida. Tem gente que parece que gosta de ficar se coçando com dúvidas, convenhamos, pequenas. Ok, sei que escolher é abrir mão de algo e nem sempre isto é fácil, tem gente que tem medo de errar porque já escolheu errado outras vezes, os motivos são diversos. A questão: algumas pessoas baseiam sua existência na dúvida, sofrem com ela, mas não fazem nada para se libertar da bichinha.

(pode parecer que os dois parágrafos acima são desconexos, mas confia na tia: não são!).

E eu, no meu jeito dããã de ser, sempre tento ajudar. Mas até os bonzinhos enchem o saco as vezes...

Então me lembrei de um dia em que estava em um grupo, estávamos atrasados para algo, e uma das pessoas do grupo - que não era minha amiga ou colega, era apenas amiga de alguém lá - simplesmente não conseguia escolher entre dois shorts idênticos (mas com cores distintas, vá lá) para sairmos.

Passaram-se CINQUENTA minutos. Veja bem => pessoas esperando atrasadas alguém que estava profundamente em dúvida sobre qual shorts escolher...

Ai eu, a bunda mole, cansei. Entrei no quarto em que ela estava e joguei uma lata inteira de refri em cima de um dos shorts. Apenas disse: pronto, agora você escolhe aquele. Sorri (meio maligna), virei e sai.

Imagino que ela me detestou completamente naquele minuto e nos seguintes. Acho que hoje ela é médica e me pergunto se ela melhorou da "duvidez" crônica.

Sei que este post poderia ser profundo e filosófico a respeito do tema dúvida. Mas usei esta minha memoria antiga e parei para pensar: será que sou tão bunda mole quanto penso ser? E mais: o que eu fiz foi grosseria (sim, sei que foi) ou eu a libertei de algo que estava fazendo muito mal naquele momento?

Será que pessoas que ficam em dúvida não esperam que outros decidam por elas para se verem livre da responsabilidade da escolha?

Será que, na verdade, o que eu penso de mim é... equivocado?

Acho que fiquei... em dúvida.

2 comentários:

  1. Sabe aqueles "cinco segundos de coragem"? Eu acredito neles. Tem horas que vem e... pronto. Foi. E acho que foi bem o que aconteceu aí. E talvez, não sei ao certo, você se pode ou se restrinja a ponto de parecer / querer ser "bunda mole", mas não seja, não de todo, ou até determinado limite.

    Me identifiquei muito com o texto. E vivo na dúvida. VIVO NA DÚVIDA sobre mim e tantas coisas. Vá entender! rs Vim parar aqui por indicação da Maria Rita e curti demais ;) Voltarei mais vezes ;)

    www.elianalee.blogspot.com.br

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  2. Muito bom! Nossa, jogar refri para a outra decidir! E olha que você se acha bunda mole (discordo), hein, mas quem teria feito melhor? Bjs!

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