A estória é mais ou menos assim: ela tem um
caso com o cara há mais de um ano, sabendo desde o início de tudo! Tudo = ele é
casado. Tudo = ele é casado com filhos. Pequenos. O discurso não é muito
diferente do que lemos em revistas “não (con)vivo com minha mulher há tempos,
mal nos toleramos, mal nos falamos. Mas tem as crianças, então é complicado...”
Ela pede para ele seguir com a vida, dá altos barracos falando para ele nunca
mais procurá-la, que ela não quer ser a outra, que ela não cabe neste papel.
Ele liga. Ela não atende. Ele liga liga liga... liga. Ela atende, eles se
encontram. Daí para a frente o círculo se repete.
Não me aterei ao fato de ser “certo” ou “errado”
ter um caso com alguém comprometido. Ela diz que pensa nas crianças todas as
vezes em que estão juntos. Ele se diz – e se mostra – apaixonado. Ela viajou em
julho e ele foi atrás. Como ele sabia onde ele estava se eles não estavam se
falando? Bom, ele sabia. Ela contou, claro, no meio da última briga. Daí ele
fala as palavras mágicas que ele sabe surtir efeito. Ela cai. Por carência, por
medo de ficar sozinha, por tudo o que já passou na vida. No fundo, a pose que
vive não se sustenta se você cavar 0,5 cm. Ela está só, mas teme SER só. Muita
diferença entre ambos os verbos...
Ela pensa na família, ela fica com ele, ela
atende o telefone. Ele se diz apaixonado, tem 2 filhos pequenos e a esposa é
sócia nas empresas. Ou trabalha com ele, não sei direito. Eles estão nesta.
Juntos? Não sei se dá para saber...
Quando ouvi esta estória fiquei calada, tomando
água com gás. Ela precisava falar, coitada, e nem amiga minha é, sabe? Mas a
amiga a levou a tiracolo, e ela não se incomodou de nunca ter me visto na vida.
A gota d’agua até aquele momento? Após um fim de semana juntos no Rio de
Janeiro, ele voltou e quem foi buscá-los no aeroporto? O combo esposa + filhos.
E saíram de lá direto para um restaurante japonês. A amiga da minha amiga? Bom,
imagine você, caro leitor.
Eu não sei o que ela poderia fazer. Eu sei o
que EU faria, e entre estes dois mundos há um abismo. Só sei que após ela falar
falar falar, a única coisa que eu disse antes de sair foi “você está
preparada para ele largar da família e ficar com você, com tudo o que isto implica?” Ela me olhou, acho que
só ali caiu a ficha de que tinha mais gente na sala. Tive que sair. E só
pensei, na hora, que sorte eu tinha por não viver estas estórias loucas.
Procuro sombra e água fresca, e o que menos quero para mim é ter estórias como
esta. Muito rolo, muito difícil, muito complicado. Vou lá tomar um coffee e já
volto... Beijos
Eu também não troco minha "solidão" tranquila por uma companhia meia boca.
ResponderExcluirAbraço, Karina.
Elaine, concordo com voce! "tranquilidade" é a palavra da vez...
ResponderExcluirbeijos