“A vida não é justa. Mas também aprendi que é possível seguir em frente, não importa quanto pareça impossível. Com o tempo, a dor… diminui. Pode ser que não desapareça completamente, mas depois de um tempo não é massacrante.” (do filme Querido John)
Janeiro de 2014 já quase no fim e eu sem dar as caras no meu amado e abandonado CCQ. Desde o último post eu chorei, ri, tive dor de estômago, tentei, busquei, dei com os burros n'água, enfim, a vida seguiu e segue.
Ai vim aqui para inaugurar o ano, e ao ligar a TV percebo que hoje faz um ano da tragédia de Santa Maria. Meu Deus, que tristeza. Lembro quando soube da notícia, de passar aquele domingo chorando...
Não perderei o meu tempo e o de vocês falando sobre o óbvio: a dor, fiscalizações, vidas perdidas, o porquê, meu Deus, o porquê disto... Só quero falar de algumas coisas que me deixam perplexas frente a ocorridos como este (que eu espero que não mais se repitam, em lugar algum do mundo):
Nesta semaninha de férias, tenho lido muito. E uma coisa que aprendi através de blogs (e da @mdemariarita) é que por mais ruins que sejam os textos, sempre tem algo pior nos comentários. Sempre. Pior do que o texto e as ideias todas tortas do escritor, tem os que dão respaldo àquilo. E nesta de ler comentários tenho lido cada vez mais que "chega disso","já deu", "vamos seguir em frente" em relação a Santa Maria.
Chega disso? Jura? Traumas horrorosos, indescritíveis ocorrem e tem gente que acha que "já deu"? Sim, a vida segue e sim, seguimos da melhor forma que podemos, mas tem prazo de validade a dor?
Sugiro a todos que leiam o livro SUBLIMINAR do Mlodinow. Em uma das partes do livro ele escreve (spoiler ahead, be careful) que traumas podem mudar fisicamente o cérebro. FISICAMENTE. OU seja, é impossível você ser/pensar como antes, porque seu cérebro mudou. Entendeu? (já falei dele em outro post, mas estou com preguiça de embedar aqui).
No meu mundinho não perfeito, NÃO SE PEDE PARA PAIS, OU PIOR, PARA MÃES, QUE ELES "DEIXEM O FILHO IR"! NÃO SE DIZ "JÁ DEU" PARA ESTES. Algumas coisas são intocáveis, e entre elas é o tempo que cada um precisa. E tempo de familiares é diferente. Tempo de amigos é diferente. Talvez alguns jamais se recuperarão no sentido stricto da palavra... Mas seguirão. Então respeite a dor alheia.
Só vim dizer que fico chocada com o quanto o ser-humano é tosco (generalização limitativa e incompleta). E aproveito para prestar meus sentimentos a todos os que tentam, apenas, prosseguir.
A vocês, meu mais profundo sentimento. Muita força. Muita.
E que cada dia seja um pouco menos difícil que o anterior. Todos os dias. E mais um.
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