quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Para Andreia - 2014


“I'd like to thank myself, and congratulate myself, and give myself a big pat on the back.” (Dee Ramone, com toda a força do mundo!)

Estória absolutamente verídica, inclusive aconteceu agorinha a pouco...

Então eu fui chamada para assistir a uma defesa de TCC na faculdade. A aluna é uma querida. Para quem não sabe, TCC é o trabalho final de conclusão de curso, e digamos que é o último degrau antes do game over. É uma coisa sofrida, muitas voltas em círculo, enfim, quem já passou por isso sabe do que estou falando e quem nunca fez um não entenderá mesmo que eu explique em pormenores.

O que é importante saber é que você tem um orientador que não orienta nada (e se você der sorte ele não te atrapalhará, o que está de ótimo tamanho) na banca, junto a dois professores, um da própria instituição e um convidado externo. O aluno faz uma exposição breve do seu trabalho e a banca depois dá seus pitacos e dá a nota.

E o que ocorreu foi um massacre.

Uma das professoras da banca foi, no mínimo, deselegante. Ela criticou (sim, é o papel dela) de uma forma absolutamente desnecessária e constrangedora a aluna. Ela foi desleal, deu golpes abaixo da cintura e furou olho. Chegou um momento em que a plateia - sim, tinha plateia, com familiares, amigos e alunos que futuramente defenderão seus trabalhos - me lembrou o coliseu romano e os escravos lá embaixo sendo devorados vivos para a "alegria" da mob.

O clima ficou péssimo. A aluna ficou triste - você não ficaria se seu trabalho, resultado de seu esforço, fosse denegrido e te dissessem que está fraco, sem fundamento, sem pé nem cabeça, com erros crassos e básicos, e dai afora por 15 intermináveis minutos? - e na plateia um começou a olhar para o outro sem entender o que estava acontecendo.

Eu fiquei com vergonha. Não pela aluna ou da aluna, mas da professora. É triste ver uma colega de trabalho se prestar a um desserviço destes. Por que quando ela disse que "você fará outros trabalhos no futuro, sei que doi, mas é para seu bem e você não mais se esquecerá disto", ela esperava o que? Estar contribuindo? Ajudando a aluna, desqualificando todo o esforço de meses dela?

Cada um tem sua História de Vida, e só a gente sabe o que a gente passa e sente. Todos travamos nossas batalhas individuais, sempre tentando acertar e vencer, fazendo o melhor que podemos. Desqualificar o trabalho árduo de outra pessoa é, no mínimo, falta de inteligência. Porque você não sabe nada da vida do outro, você não sabe do que ele teve que abdicar para fazer o que você está julgando com uma lupa de aumento.

Então hoje eu aprendi muitas coisas. Primeiro, que cada vez mais EU, e apenas EU, posso me avaliar e saber o quanto meu esforço/trabalho vale. O que os outros acham e julgam é o que eles veem, que não é nem 1% do que eu sou. A nota e opiniões alheias são enviesadas, incompletas, quebradas. Retratam o que elas veem de mim - dentro do que eu deixo transparecer - e como elas me analisam do ponto de vista delas mesmas. Honestamente, confio mais na minha auto-análise. E penso se todos não deveriam fazer isto também...

Aprendi também que muitas vezes fazemos tudo como manda o figurino, mas o resultado não é o esperado. O imponderável ocorre, amores. E ele é phodão. No fundo, a gente não manda ou controla nada, e hoje eu fui lembrada in loco disto...

Outra coisa que eu me lembrei hoje é que existem jeitos e jeitos de falar a mesma frase. E agredir gratuitamente o outro, honestamente, para mim é falta de conteúdo. OU de vergonha na cara mesmo...

E, por fim, queria dizer à @deia54 que por agora ela deve odiar com todas as forças aquela vaca pessoa na banca dela. A gente tem que viver as sensações, sabe? Se não as vivemos, elas voltam lá na frente na hora mais inoportuna... Então espere a raiva passar e tente, para seu próprio bem, se libertar disto quando der.

Se isto ocorreu com você, foi porque era a pessoa certa. Ou você acha que outras pessoas conseguiriam ainda ficar com a cabeça erguida após o que ocorreu? Ou você acha que a palhaça lá - com todo o respeito do mundo aos profissionais do ramo - não percebeu o papelão que ela fez? OU você não percebeu o tanto qeu você foi elogiada pelo cara que entendia do assunto? Ou você não viu seu orientador saindo do casulinho e te defendendo (quem diria? acho até que choverá na Cantareira)? OU você não viu o tanto que você é querida?

Se você não percebeu isto porque as lágrimas impediam, te digo: você arrasou! Se isto vale algo, eu aprendi com sua apresentação. E a outra lá, coitada, só conseguia pensar que a gente dá o que tem dentro da gente...

No fundo, fiquei com pena. Dela... Porque ela é, na verdade, quem precisa muito de ajuda...

Andreia, fim de ciclo, vida que segue, adelante siempre. Seja muito feliz! Não pense menos de você do que você é! Não deixe que os outros te limitem ou coloquem rótulos. Saiba sempre do seu valor. E obrigada pela honra de se mostrar como a gente mantém a dignidade e o respeito, mesmo quando jogada aos lobos sem saber do que se tratava...

PS - amei meus sabonetes... muito obrigada!

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