À fênix interna de cada um

Não tenho certeza absoluta da data, mas há alguns anos atrás, próximo ao dia 30 de outubro, meu mundo ruiu. Fui despedaçada em tantos caquinhos que vira e mexe encontro um escondido pela casa. Me espatifaram, de tal modo que não sabia ser possível. Mal sabia eu que ali começava um processo de reconstrução sem data para acabar, mas que só me dão frutos positivos até agora.

Tudo o que ocorreu me levou a questionamentos que jamais tinha feito até então, mesmo já tendo passado da casa do 3.0. Eu era uma ferida aberta sonâmbula. Não me lembro do que ocorreu direito naqueles dias, mas me lembro dos que me ajudaram. E a eles sou eternamente grata. 

Tive que reaprender a acreditar no ser-humano. Tive que aprender a correr quando sequer conseguia me colocar em pé. Destruíram tudo o que eu acreditava e pelo qual lutava. Descobri que o poder que atos alheios podem ter sobre nós depende do que permitimos. Descobri ali a mentira, a podridão, o nojo, as máscaras, o ódio. Descobri que o diabo anda entre nós, escondido atrás de imagens criadas para nos enganar. Acreditei e ajudei e empurrei e puxei e torci para alguém que não me apunhalou pelas costas, e sim me implodiu a alma. Mas me reergui. Descobri que chego no fundo do poço e de lá eu subo, demore o que for!

Disse num post atrás que não mais escreveria sobre o acontecimento, e mantenho a promessa, já que este post é para agradecer honestamente aqueles que me ajudaram, seja com palavras, seja profissionalmente. Fiz minha parte, procurei toda a ajuda possível, mas a estória se desenrolou como num encaixe perfeito de peças de um puzzle. Ainda não estou 100%, mas não quero ficar 100%. Quero ter em mim a lembrança do meu renascimento, da força que eu descobri possuir, e principalmente para não me esquecer jamais que o mal nos ronda, e que ele procura focos de luz para apagar, buscando que todos vivam na escuridão onde eles habitam. Não se esqueçam, leitores, o mal existe, mais próximo do que imaginamos, infiltrado em nossas casas, trabalho, parques e vidas. E ele não tem um post-it na testa.

Obrigada então aos que me foram muleta durante meu reaprendizado de andar sozinha. Já ando ereta, sem apoios, com a cabeça erguida. Que vocês recebam em triplo tudo o que fizeram para mim! Aos profissionais que me auxiliaram, obrigada pela paciência, pelo conselho, pelos lenços estendidos, pelo suporte e palavras carinhosas. Receio que anjos falaram através de vocês, e a isto não tenho como retribuir à altura. Não citarei nomes, mas visualizo cada um de vocês neste exato segundo. É pouco, mas é honesto e é tudo o que tenho: OBRIGADA!

E obrigada ao que quer que seja que me mostrou, naquele momento, que anjos existem... e se escondem no meio de nós. E, daqui para frente, que eu possa retribuir aos que foram destruídos como eu, da maneira que puder. Porque nada acontece por acaso, nem mesmo os tombos e derrotas que encontramos pelo caminho...