domingo, 15 de junho de 2014

Recolhendo Lixo durante a Copa

Ao invés de dar minhas impressões sobre a Copa no final (sim, acredito numa vitoria Brazuca em cima dos Hermanos numa final decidida nos pênaltis), registro aqui ocorrências que não geram tantos holofotes, mas que para mim são absurdamente significativas.

No domingo, dia 15/junho, os japoneses perderam seu jogo. Saíram depredando tudo e todos, como vários times fazem? Não. Ao final do jogo os torcedores ajudaram a recolher o lixo que geraram. Sim, eles levaram sacolas e recolheram seus lixos. Assim:




Ou assim: 


Fiquei com vergonha.

Porque nós, brasileiros, não recolhemos sequer nossos lixos quando vamos à praia, ao parque, andando na rua. O que eu já vi de gente jogando coisa pela janela aqui em São Paulo, olha, inenarrável. Ou a pessoa vai jogar na lixeira, erra o alvo e segue andando, como se nada tivesse ocorrido.

Lembro de um post antigo que eu fiz onde uma senhora japonesa, bem idosa, estava na fila para pegar comida e água racionada após o acidente de Fukushima. Perguntaram para ela porque ela não tentava furar fila. Ela respondeu que todos ali estavam esperando pela mesma coisa, e ela, caso tentasse furar fila, envergonharia sua família.

Envergonharia sua família.

Sim, sei que a realidade aqui é absolutamente diferente da japonesa, além de sermos bebês perto de sua cultura de milênios. Mas creio que os bons exemplos devem ser copiados, ou senão adaptados a outros lugares para que gerem bons frutos.

Ah, lembrei agora também, acho que foi o Zico que falou (chutei total a fonte, mas que eu li eu li) a respeito da cultura japonesa logo que ele chegou lá para ser jogador: na hora de formar a barreira, os jogadores não andavam, ou davam migué tentando dar passinhos para dificultar a vida do outro time. Ele foi perguntar o porquê disto. Resposta? Ué, mas a regra diz que devemos ficar parados.

A regra.

Há pouco tempo (umas semaninhas) li um artigo que não printei, mas era uma análise a respeito do comportamento de jogadores em campo de futebol e como isto fazia referência à sua cultura. Assim, jogadores falavam quando não tinha sido falta e o juiz tinha dado, algo como um jogador de tênis falar que a bola foi dentro mesmo quando os juízes tinham dado bola fora. Países do antigo Primeiro Mundo eram geralmente mais "respeitosos" às leis e regras. Os de países latinos (lembro especificamente que falava latinos porque eu vesti a carapuça) tendiam a ser "cai-cai".

Fica a reflexão. Que não envergonhemos nossas famílias. Que respeitemos as regras. Que recolhamos nossos lixos mesmo após um placar desfavorável...

A passos de formiguinha, se Deus quiser (ou Alá, Adonai, Shiva, quem for, todos são bem-vindos), um dia chegamos lá.

Assim espero...

Um comentário:

  1. A Cultural e o que nos tornamos com ela! Entendo teu post e compartilho os mesmos sentimentos.

    dentrodabolh.blogspot.com

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