AMOR-LÍMPIDO

Ouvindo Birdy, de novo...

Ontem a noite acabou que reassisti a dois filmes. Um que acho horrível pelo que me causa, o A Fita Branca. É, na minha opinião, o filme mais pesado que já vi nesta vida. Mais do que A Lista de Schindler. E, honestamente, não recomendo. Sei lá, você fica meio que marcado por cenas. O outro é, para mim, o filme que mais me faz chorar. Deveria ser proibido, porque não vejo alguém assistindo a este filme e ficando imune aos prantos e soluços. Ele se chama Sempre ao seu Lado, baseado em estórias reais, onde um cachorro espera por 10 anos a volta de seu dono, no mesmo lugar e horário. Só que o dono já desencarnou. Desculpe, contei o filme todo, mas só vendo para entender as lágrimas.

Este filme, em minha opinião, é o que melhor retrata o verdadeiro amor. Que explica o que é amor sem barreiras e interesses. Engraçado que seja um amor entre homem e animal, e não entre seres humanos. Sabe aqueles jogos onde a gente pensa se faria ou não tal coisa pela pessoa amada? Pois bem, este filme expressa exatamente este conceito. De graça, sob frio, chuva, neve e sol, o cão espera o seu único e verdadeiro amor. Incondicionalmente. 

Não sei se existe este tipo de amor-límpido entre seres humanos. Acho que pode sim haver um gostar embutido em cada pessoa em relação ao outro, mas não sei se a palavra incondicional cabe aqui. Sim, mães podem exemplificar isto, mas este amor também tem suas falhas, já que tem mãe que não está nem aí para seu rebento, e não falo apenas daquele pessoal usuário de drogas e que já perdeu a alma faz tempo. No fundo, acho que "amor + incondicional" não cabe na mesma frase que seres humanos. Não do jeito que o filme mostra, pelo menos...

Acho amar incondicional (falo em termos de relacionamentos, ok?) algo... inviável. Gente complica muito. Neuras, psicoses, até a vidinha concorre para isto, já que amor não paga conta no final do mês. E, posso estar muito errada, mas para haver este incondicional há que se abrir mão um pouco de você mesma. Você se "anula" um pouco em relação ao outro. Hachi (o cachorro do filme) passa frio, sede, dorme embaixo de um trem esperando seu amor. Não penso ser saudável que alguém faça isto. Aliás, amigos que se anulam a este ponto sugiro imediatamente uma consulta com Tiarinha, minha terapeuta amada... Mesmo que seja uma via de mão dupla e ambos se anulem em prol do outro. Desculpe, mas na minha visão, isto define um relacionamento... errado.

Sei lá se choro com o filme porque amo os cães e meu filho peludo. Ou por ver ali que não existe este tipo de coisa entre seres humanos. Não, na verdade, não sei se é tão lindo assim esta coisa de só ter vida quando junto ou ao lado de alguém. Vixe, comecei a filosofar, mas não tenho gabarito para tanto... Vou ali pegar um café e já volto...  Bom resto de domingo.