quarta-feira, 12 de setembro de 2012

NAO, SIM, TALVEZ


Ouvindo isto aqui...

A moça nem conheceu o moço ao vivo e a cores e faz uma semana que toma chá de camomila para acalmar os nervos. Acho que nos dois dias anteriores ao encontro deve ter tomado remédio para gastrite também. A outra estuda na mesma sala que o moço há quatro anos. Conversou com ele por 10 minutos sobre amenidades e pimba, já está criando imagens mentais dos futuros filhos deles. A terceira não dorme direito porque tem uma entrevista de emprego daqui a 15 dias. A quarta fará um exame de rotina daqui um mês, mas já está pensando nas consequências (?) do resultado faz duas semanas. A outra está pensando em se candidatar a uma vaga de emprego, e já está perdendo os cabelos por isto... Alguns questionamentos a respeito: será que só mulher tem isto? Será que só naquelas onde o estrogênio manda que o sofrimento vem por antecedência? Ah sim, quem é a vilã da estória? Hormônios, o mundo ou nós mesmas?

Não sou um poço de ansiedade. Sério. Não me acho um ser superior por isto; na verdade, nem penso no assunto. Acho que a Vida, a fanfarrona, me mostrou que não adianta nada ter ansiedade e que, no fundo, é ela quem manda. Então sou das que preferem se armar até os dentes para quando ela mandar o que tiver que vir né? Precaução e um bilhete de metrô na carteira nunca fizeram mal a ninguém...

Sempre que me deparo com o tema me lembro da Charlotte de Sex and The City. Ela conhecia alguém e já começava a pensar na vida junta que teriam futuramente, com a decoração da casa e as flores no centro da mesa. Sei que uma ansiedade é necessária para sairmos da inércia, mas penso se ela em demasia não gera um sofrimento desnecessário e descabido. Quem é ansioso sofre. Muito. Seriamente. A questão é: estas pessoas fazem algo para mudar isto que não faz bem para elas ou não?

Não gosto de ficar alimentando o que me faz mal. Tento de todos os jeitos me livrar disto pela raiz. Se estou certa? Acha! Uma amiga me disse que minha objetividade excessiva às vezes é perigosa. Tô pensando nisto com carinho... Sabe, conversávamos sobre o fato de ela ter um problema e ficar ruminando a respeito por meses. E disse que se fosse eu já teria ao menos tomado uma decisão. Não sei amiga, mas o talvez e a dúvida me consomem. Me matam lentamente. E não tô a fim disso não: mil vezes um NÃO bem dado a um TALVEZ cambaleante. Meu jeitinho...

Só desejo que as pessoas que SOFREM com suas ansiedades desreguladas percebam que isto não faz bem a elas e que busquem ajuda para aprender a dosá-la. Sei lá, adrenalina boa é aquela que te dá um friozinho no estômago, não a que te rouba horas de sono e te dá dor no corpo... Posso estar até enganada, mas acho que no fundo no fundo, elas gostam deste sofrimento autoimposto. Como diz a Elenita: "não cultive rituais de sofrimento". Para elas é sim um ritual, mas um ritual bem-vindo.

Cada doido com sua mania né?

Um comentário:

  1. Sou ansiosa, admito. MAs já tô cansando disso e tentando escapar dela, cada dia que passa me sinto menos ansiosa e isso é bom. Tô parando de sofrer, pq ngm merece isso.

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