sábado, 25 de outubro de 2014

vida interessante ou ser feliz?

Uma das coisas que mais gosto de fazer é ler. E adoro quando, do nada, descubro um texto que meio que vira mantra para a vida, sabe?

Então eu zapeava o excelente blog da Elenita e encontrei este texto da Martha Medeiros musa. Aliás, caso vocês não saibam, conheci a Martha via Elenita, quando esta entrou naquele programa de TV e falava de livros e textos. Ah, ela me apresentou também ao Manoel de Barros, e não me esqueço dela andando para lá e para cá com a biografia da Clarice nas mãos.

Lena, obrigada por ter entrado no programa. Sem ele, não teria te "conhecido".

Ah sim, o texto da Martha que encontrei no blog da Lena. Leia isso:

Pessoas com vidas interessantes não tem frescuras. Elas trocam de cidade. Investem em projetos sem garantia. Interessam-se por gente que é o oposto delas. Aceitam um convite para fazer o que nunca fizeram. Estão dispostas a mudar de cor preferida, de prato predileto. Começam do zero inúmeras vezes. Não se assustam com a passagem do tempo. Sobem no palco, tosam o cabelo, compram passagem só de ida.

É um texto lindo da Martha onde ela discorre sobre o ser feliz. E como o que importa não é ser feliz, e sim ter uma vida interessante (na verdade, quem disse isso foi o Calligaris, mas leia o texto que fará mais sentido).

Se, na verdade, o que importa é ter uma vida interessante - e não ser feliz - te pergunto: sua vida é interessante? Ou você é daqueles acomodados? Ser acomodado é o contrário de ter vida interessante? E se você for mezzo interessante - mezzo coxinha? Isto te torna mais ou menos feliz?

Com tanto ódio à flor da pele devido à eleição de amanhã, com tanta gente se dividindo entre "nós" e "eles", me pergunto se não estamos nos esquecendo do básico, e usando este "evento" para não olharmos para nossa vidinha e o que estamos fazendo com ela.

Ás vezes nos unimos em grupo e saímos para a guerra para abafar a infelicidade (ou vida desinteressante) que levamos conosco. No todo me esqueço como indivíduo. No todo me basto ou ao menos não penso em mim e me analiso. Algo como aquele que sempre está com alguém porque não suporta ficar sozinho, já que daí ele teria que conviver consigo mesmo. E que tristeza isso causa...

Talvez estes ódios escancarados demonstrem uma sociedade doente. Uma sociedade triste, que faz essa catarse como um foro romano do século XXI. Uma sociedade que, quando chega em casa e não tem outra opção a não ser se olhar no espelho, enxergue a vidinha. O enfado. O triste.

Volta!

No fundo, queria te propor um desafio: se você não está muito feliz, que tal tentar fazer algo que você nunca fez? Não atrapalhando o outro, não fazendo mal a qualquer outra pessoa, o que te impede de despirocar uma vez e tentar? Ao menos você sairá da inércia, o que já é ótimo se você não gosta de marasmo...

E eu mesma penso, neste texto sem pé nem cabeça: será que, no fundo, nós não erramos buscando eternamente a felicidade, e que deveríamos era tentar deixar nossa vida menos... vidinha?

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