quarta-feira, 22 de outubro de 2014

o outro é pior, ou o que tenho aprendi com estas eleições...



Vivi para ver amizades acabando, veias pulsando, brigas acaloradas e discussões descambando para a ignorância. Tudo por causa de... política. E aprendi, durante esta última eleição que, graças aos deuses, termina neste próximo domingo (será mesmo?):

1- que as pessoas tem memória seletiva. Elas escolhem se lembrar do que querem e fazem vista grossa ao que não querem. Características pessoais que, a priori, não serviriam muita coisa para uma eleição, viram moeda de bater no inimigo. Não basta o meu candidato ter indicadores melhores que os seus, o seu candidato é pior. E defenderei isto até a morte.

2- que as pessoas escolhem seu candidato, juntam-se à sua turba e vão para a guerra rua numa vibe meio "nós vs. eles". Ah sim, nós somos sempre melhores. E ponto, não há diálogo, não há discussão ou argumentação.

3- vi pessoas desqualificarem deliberadamente tudo relacionado ao outro candidato como forma de defesa (?) do seu candidato. No outro, nada, absolutamente nada presta.

4- existe, de ambos os lados, ódio ao partido que o candidato representa. Vi gente sem saber uma única coisa a respeito do candidato X ou Y, só sabe que "não voto no partido". E isto vale para os dois na disputa...

5- vi pessoas com medo de expor suas opiniões por medo de represálias. Sabe aquela estória de que temos que RESPEITAR o outro e seus pontos de vista? Aprendi que, nesta eleição, isto foi deixado em segundo plano.

6- vi pessoas serem absolutamente discrepantes com seus discursos de pouco tempo atrás. Coerência passou longe. Defendia tal coisa com unhas e dentes, e agora faz vista grossa desta mesma coisa. Afinal, coerência para que, não é mesmo?

7- vi gente usando de informações e manipulações baixas e baratas para desqualificar o outro e seus seguidores. Achava que o cerumano não seria capaz de algumas baixarias. Aparentemente me enganei, e me enganei feio. E o céu (ou o inferno, no caso) parece ser o limite.

Poderia escrever por horas para dizer que as pessoas ficaram loucas. Falo e defendo tudo do meu escolhido, o seu é pior, você é cúmplice de tudo o que está ocorrendo, o seu é misógino, o meu é assim, o seu é assado. Honestamente, discussão brava entre cego, surdo e mudo.

E neste clima de FlaxFlu, não sei até que ponto alguém se lembra que, no final da estória, todos temos o mesmo denominador comum. Todos queremos, cada um dentro do seu cada qual, melhorar. Queremos um país melhor. Cada um de nós quer melhorar de vida, para nós e nossos sucessores (não disse semelhantes, veja bem). Bom, eu quero.

Então, não vejo a hora de acabar algo que, ao final, mostrará um racha claro em MEU país. Porque independentemente de quem ganhe, a soma dos nulos (detesto os dois) + brancos (nenhum me representa) + votos do outro candidato dará uma maioria ampla em cima do que ganhar. Ao vencedor, muito trabalho a frente, e a responsabilidade de tentar agradar aqueles que "o odeiam".

Porque se o meu candidato ganhar, comemoro como se o 7 a 1 fosse nosso.  Se perder, eu fiz minha parte e não tenho nada a ver com isso.

Só sei que a coisa não será fácil. Os próximos anos não serão uma belezinha, ganhe quem ganhe. Dizem que brasileiro tem memória curta, e aparentemente, em certos casos, tem mesmo.

E acho que o gigante que acordou ano passado deve estar com muita vergonha. E deve pensar: "eu acordei... para isso?"

Boa eleição a todos. Votem de forma consciente. Escolham o que é a melhor opção na sua visão de mundo, e façam seu dever cívico. Lembrando de que em momentos de caos, o caminho de saída é encontrado racionalmente. Sempre.


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