quinta-feira, 18 de junho de 2015

sobre colas e dedos-duros



sem entrar em muitos detalhes, depois de velha resolvi TENTAR fazer a minha parte, esperando que os deuses façam a deles. e este tentar envolve... fazer provas.

então eu, quase 20 anos depois de me formar (lembra que eu sempre disse que era velha, então aproveite agora e pare um segundo e faça as contas e NEXT), fui fazer prova. a prova é feita em um computador, em horário e local pré-combinado.

chegando lá, numa sala com 50 pessoas - cada uma em seu computador, cada um fazendo sua prova para seus propósitos - recebo as instrucoes e a principal: nao pode usar calculadora alguma além da que existe no proprio computador e nao pode consultar nenhum tipo de material. celulares? NAO, com direito a plaquinha informando para aqueles que tem dificuldade em entender textos verbais.

comecei a fazer minha prova, deuses, como é mesmo aquela fórmula (óbvio que caiu aquelas que eu não me lembrava, afinal, Lady Murphy existe e opera com maestria em minha vida), então olho para o lado para dar uma descansada nos zoio e.... o moco sentado a meu lado estava colando.

ele estava com dois celulares, um em cima de cada perna! quando o professor chegava perto ele enfiava as pernas por baixo da mesa (os celulares eram da cor da calça, e ele tomou o cuidado de nao deixar as telas muito brilhantes). juro que fiquei olhando para ele, ele percebeu e continuou com a maior cara de pau da galáxia, como se nada estivesse acontecendo.

juro que me choquei. porque ali, de novo, acontecia "a historia da minha vida" (leia esta frase ai com uma música bem impactante passando pela sua cabeça, é assim que me sinto). de novo alguém ali colando, trapaceando, e eu ali, fazendo tudo certinho.

então eu te pergunto: você dedaria o moço para o responsável pela sala? 

o pior é que isto ocorreu há uns dias já e ainda penso sobre o ocorrido. até os mais otimistas sabem que este país não é sério, e que provavelmente aquele moco pode, sei lá, ser ate meu chefe futuramente. e me lembrei na época da faculdade quando algumas pessoas faziam o inimaginável - olha, tinha uma moça lá que eu NUNCA vi isso na vida - e eu me lembro que esta moça ai em questão dizia "Ka, o negocio é se formar, do jeito que for, porque a vida é lá fora".

"porque a vida é lá fora".

eu nao consigo dissociar isto, sabe? se a pessoa trapaceia lá dentro, ela trapaceia fora, de lado, de meio. nao acredito que todos os meios sao válidos para se atingir o fim desejado. eu acho ERRADO, e confesso ser bunda mole e incompetente para colar.

e confesso tambem que ali, naquele momento, me senti uma trouxa.

por que? nao sei se consigo verbalizar ou escrever, mas EU, fazendo o que seria o correto, me senti trouxa. e nao vou escrever aqui senao ficará infinito este post mas... bom, isto me incomodou, ainda incomoda, sim sei que tem que ver isto ai mas prefiro aceitar que o mundo é assim, e eu tenho que me "adaptar" a ele, dentro dos meus limites, para conseguir sobreviver. ("como ser phodastica", pesquisa do google <enter>)

só te falo uma coisa: em algumas universidades em países de primeiro mundo, assina-se um termo de compromisso sobre não colar ou trapacear, ou em outras isto é um código não falado/assinado. você não pode colar, trapacear, sendo passível de punição com a expulsão caso pego em flagrante - e isto, nestes países, é algo que ficará marcado de forma eterna e negativa na sua vida FOREVER. será que isto daria certo aqui?

você "cola" na vida?

nao nao, pergunta errada. a pergunta que eu quero realmente fazer é => você entregaria o moço colando?

(porque até nisso eu fui bunda mole... e não dedurei. e não sei se me sinto incomodada por ele ter colado e eu ter me lembrado de coisas da vida ou porque eu... vi algo errado e fiquei calada. a se refletir...)

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