terça-feira, 15 de novembro de 2011

vergonha alheia



Não sou carioca e fui pouquíssimas vezes para o Rio de Janeiro. Acho muito fácil ter opínião formada sobre algo que não me diz respeito, sabe? É fácil achar isto ou aquilo quando eu estou de longe, assistindo pela televisão, lendo o que é escrito, tudo em frente ao ventilador no sofá da minha casa. Então, penso assim, que bagagem ou condições tenho eu para falar da entrada da polícia na Rocinha ou qualquer outro lugar? No meu ponto de vista, nenhum. Só que tem algo lá que me diz respeito sim, e que me deixou engasgada. Segue a tia:

Neste texto aqui (lê depois tá?), preste atenção neste parágrafo, que fala de uma senhora na fila para comida pós-tsunami no Japão: "Uma senhora de meia idade foi entrevistada na fila onde as rações de alimentos estavam sendo distribuídas. Perguntada por que, diante da perspectiva de falta de alimento, ela esperava calmamente pela sua vez na fila, ela singelamente respondeu: “Porque se agisse de outra maneira, traria grande vergonha para mim e minha família.”. Também agora nesta ocupação, um tenente parece que recusou um milhão de reais para libertar o outro lá, e quando perguntado o porquê disto (seu salário foi divulgado como sendo $3.000) ele disse que se lembrou da criação de seus pais.

Após ler isto, e me lembrar de outras reportagens a respeito, onde garis encontram dinheiro e devolvem, onde pessoas encontram (já ouviu o famoso "achado não é roubado"?) qualquer coisa que não lhes pertença e devolvem e a partir dai são foco de atenção por terem feito o certo, me pergunto: se estas ações geram tamanha atenção é porque são exceções. Fazer o certo virou exceção. Recusar suborno, propina, chame do que quiser, é exceção. Achar e devolver ao dono é exceção. Então, a regra é todo o oposto disto? É assim que o mundo está agora? O Brasil se limita a isto hoje?  "Sempre foi assim" -> não concordo! Para mim, piorou.

O Giuliani, quando prefeito de Nova Iorque, conseguiu reduzir a criminalidade na cidade afastando a banda podre da polícia, aumentando o salário deles, entre outras coisas. Apelou para o patriotismo: "quem não quer uma cidade melhor não é patriota, etc." Aqui isto não vingaria (acho), mas sei lá, as vezes este povim que faz maracutaia tenha pelo menos respeito pelos pais. Eu morreria se envergonhasse meus pais, algo como a senhorinha nipônica.

Que tudo fique bem no Rio, em Nova Iorque, em São Paulo, na China. Que a exceção se torne a regra, e que atos como fazer o certo, sem muita dificuldade na sua definição, não rendam mais manchetes por serem, simplesmente, banais.
PS - sei que o texto ficou uma bosta, queria dizer bem mais coisa, mas tô de "férias" até o finzinho do dia... e isto é o que teve para hoje...

6 comentários:

  1. Uó porque? eu concordo com vc e gostei do texto =P

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  2. ai Ro, eu queria dizer taaanta coisa, mas sei lá... bom, se for verdade pelo menos voce gostou do texto! beijos e amanha ja é quarta! \o/

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  3. Gostei do texto, e realmente é triste perceber que no Brasil o desonesto tá mais pra regra... =(

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  4. Rita, que bom que ao menos vocë gostou! mas vocë é fofa, entao nao sei se conta! O_O

    beijos

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  5. Elaine, isto é algo que realmente me entristece... ou desanima, na verdade... mas continuo fazendo a minha minúscula parte... e me recuso a desistir!

    beijos

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