quarta-feira, 13 de junho de 2012

a vendedora de livros


Esta é a estória de uma senhora jovem, com duas filhas adultas e bem criadas, que viu o primeiro e amor de sua vida morrer em seus braços e ali, naquele momento e com as meninas ainda crianças, ela arregaçou as mangas e foi à luta vendendo livros. Teve que aprender a fazer sombra sem saber que era árvore. Não, o começo da estória é este. O meio da estória é que hoje ela vive um relacionamento que a deixa infeliz com alguém que quer ser prioridade na vida dela, sem saber que para ela prioridade é algo pluralizado. Errado de novo. O meio da estória se dá com ela num relacionamento que a deixa infeliz, ela sabe disso, eles dão um tempo e se afastam, ele liga desesperado dizendo que vai mudar, ela acredita e eles retornam até ele surtar de novo e ela continuar infeliz. Este é o meio da estória.

Ela é família. E isto para ela é sagrado. Ela o convidou para fazer parte da família, ele foi, ressabiado que só ele. Ele a quer para ela. Ela o quer como parte da vida dela. Objetivos distintos. Difícil...

Quando ele diz que vai mudar, ele quer dizer que deixará de fazer o que ela não gosta. Que ele não falará mais o que sempre diz, que ele deixará de tentar se impor na vida dela e querer exclusividade. Ela acredita e aceita. Ele se mantém firme e forte, até explodir e voltar ao que era. Por que isto? Porque ninguém muda assim, estalando os dedos. É necessário uma vontade absurda aliada a vários tropeços construtivos. O principal: querer esta mudança por si, não para agradar ao outro. Já reparou como tem relacionamento onde um promete mudar para agradar o outro, não a si mesmo? Honestamente, você acredita que esta mudança ocorrerá? Eu não...

É triste você ver uma pessoa que você gosta e é do bem sofrendo por não conseguir se desvencilhar de situações nocivas. A pessoa sabe que aquilo não faz bem para ela, mas no fundo falta coragem. É duro você encarar a pergunta: eu amo a pessoa ou estou apenas acostumada? Porque olha, a gente acostuma com tudo nesta vida, até e principalmente com o que não nos faz bem... Infelizmente é assim...

Ninguém tem o direito de palpitar. Falar o que o outro pode fazer pode até ser com um fundo de altruísmo, mas não adianta. A ficha de cada um uma hora cai, e a pessoa percebe o que sempre esteve na cara dela. Ai ela vai para a guerra de peito aberto, porque sabe o que sente. Pena que este tempo não pode ser cronometrado, e até a ficha cair tendemos a dar cabeçada.

Vejo pessoas sofrendo por medo de estarem sozinhas, afundadas em relacionamentos que as consomem. Espero aprender a lição: tudo o que é demais cansa. E, às vezes, quando todos à sua volta dizem que você está triste, que tinha mais brilho, etc., pode ser que você esteja errada ou cega, surda e muda. Mas quando TODOS veem algo que você não percebe, é no mínimo prudente parar e tentar se situar. Porque pior do que se arrepender do que não se fez, é se arrepender de ter deixado o tempo passar e não tê-lo usado de forma mais inteligente...

Quando a pessoa para quem eu fiz este post lê-lo, saberá que foi feito para ela. Lembre-se da força que você foi obrigada a descobrir que tinha. Olhe para trás e se orgulhe da sua estória. E se apoie nela para tomar decisões, quando a hora certa chegar... Tenha apenas uma coisa em mente: A GENTE NASCEU PARA SER FELIZ, como me ensinou a Elenita Rodrigues... E que o teu melhor te ocorra... E que o fim de sua estória seja com lágrimas de felicidade e um sorriso nos lábios... Amém.

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