Ouvindo isto aqui...
Uma amiga estava infeliz no trabalho. Ganhava pouco e trabalhava muito. De sábado, domingo e feriado. Ela mandava CVs, procurava, até que do nada apareceu uma vaga que era mais ou menos a mesma coisa, mas ela economizaria dinheiro e tempo. Como já estava infeliz e nada melhor aparecia, ela aceitou a nova oportunidade. Que se mostrou depois pior do que a encomenda. Ela se culpa agora por ter aceito. Sempre digo a ela que tomamos nossas decisões baseadas nas informações que temos à hora. É fácil olhar para trás e dizer que faria tudo diferente. Mas na hora, a escolha feita parecia a melhor opção. Ou alguém sempre escolhe a pior alternativa entre duas?
Outro amigo trabalhava em uma multinacional chiquérrima, mas ganhava uma miséria. Surgiu a oportunidade de uma vaga em uma empresa familiar, onde suas atribuições aumentariam e seu salário dobraria. O dobro de nada, não se engane, é sim muita coisa. E ele foi. Só que este novo emprego ficava a 40km de sua casa. Era literalmente do outro lado da cidade, e falamos aqui da cidade de São Paulo. Ele se apegava ao "dobro". Mas se arrependeu da escolha. Disse que sentia falta do glamour do nome da outra empresa, e que o estresse já estava influenciando sua saúde. Adianta ganhar dinheiro e gastar em remédio? Bom, para mim não adianta. E agora ele busca outras oportunidades no mercado. O que ele sente hoje? Medo.
Eu já errei muito nas minhas escolhas. Diria que a maioria. O que elas tem de comum? Todas elas foram decididas com uma vontade de acertar, de posse das informações disponíveis. Ninguém entra em um jogo para perder né? Só que após eu escolher o amarelo ao invés do azul, dei com os burros n'água. Jamais saberei o que ocorreria se eu tivesse escolhido o outro caminho, mas me consola saber que eu buscava o melhor. Queria o melhor. Só que errei. Paciência. Quando mais jovem virava um bicho por ter errado, praguejava contra Deus e contra mim. COMO FUI TÃO BURRA? Agora que sou idosa cansei deste praguejar. Errei? Ok, deixa eu lamber as feridas um pouco e logo volto pra guerra.
É um consolo subjetivo? Muito! Mas a gente tem que se apegar a algo quando percebe que errou e tem que recomeçar. E ouvi numa palestra nesta semana que, ante a uma montanha, temos quatro opções bem definidas: subimos a montanha e atravessamos, damos a volta e pegamos o caminho mais longo para também chegar ao outro lado, podemos dar meia volta e retornar ou sentar lá embaixo e não fazer nada. Todas gerarão consequências, e infelizmente não dá para saber qual é o melhor caminho. Então cada um escolhe o seu. Acho que sou das que pega o caminho mais longo para chegar ao outro lado. Só que por ser loooongo o caminho, tenho tempo de pensar (algo nem sempre positivo) e me questiono sempre se não deveria voltar atrás. Dai me lembro que, na hora que tive que escolher, esta opção, por algum motivo, parecia ser a melhor. E uso isto para apaziguar o coração e a cabeça. Porque já tomo remédio demais na vida, e recomeçar sempre cansa...
Só pra dizer que me fez bem ler este texto hoje.
ResponderExcluirEle veio como um abraço apertado, daqueles que tira o nosso pé do chão.
Beijo.