sábado, 13 de setembro de 2014

Até quando continuar?



Esbarrei em um vídeo do professor Clóvis de Barros Filho no Jô. Ele é professor de Ética na USP e é filósofo, entre outras coisas, e estava no programa para falar sobre seu mais novo livro à época.

O que vi ali foi a mais perfeita definição do que é felicidade. Só vendo o vídeo para entender o que eu escrevi. E rir.

Em um dado momento ele cita Zaratustra, que, nas palavras do professor, disse o seguinte:

"Demore o tempo que for para ver o que você quer da vida
e depois que decidir
não recue ante nenhum pretexto
porque o mundo tentará te dissuadir"

Aí eu pensei em todas as vezes em que eu tinha certeza achava que sabia o que queria da vida. E lutei por e para isso.

E não consegui.

Então fiquei pensando também que às vezes, temos que escolher não o que queremos da vida, mas se queremos continuar pagando o preço da escolha feita. Você quer continuar no relacionamento em que está? No mesmo emprego? Fazendo as mesmas coisas? Se você quer, então você está ciente que está escolhendo ficar neste relacionamento/emprego/ciclo de vida e abrindo mão da sua luta para chegar até ali?

Você fica em paz com esta sua escolha?

Você sabe que escolher continuar significa aceitar onde e como você está? Porque se você acredita que as coisas mudarão, acorda para a vida, criatura. Mesmo que mudem, não depende de você, e só por isto já é algo mais difícil, já que talvez a única coisa que controlamos é o que podemos fazer e como podemos ser frente aos sopapos acontecimentos da Vida, a fanfarrona.

Escolher prosseguir é continuar pagando o preço do que você abre mão para tentar chegar "lá", detalhe importante, sem ter certeza se você conseguirá o que quer e busca e luta por. Escolher abrir mão é aceitar onde você está e... continuar. Assim. 

Tenho medido minhas escolhas por este parâmetro. Eu estou bem onde estou? Eu aceito isto? Não? Então não importa o quão difícil esteja sendo, eu prossigo. Mesmo sem saber se conseguirei o que quero. Eu escolho isso, agora, e é a melhor escolha possível para este momento.

Se um dia meu cansaço/decepção/... for maior do que a vontade de mudar, eu puxo o freio de mão. Não estou desistindo, veja bem, estou aceitando que permanecer onde e como estou é melhor do que continuar sem saber onde chegarei.

Não é o mundo tentando me dissuadir. É eu sendo honesta aos meus sentimentos e sendo inteligente o suficiente para saber o momento de sair de cena. Porque são lindas as teorias falando que "só perde quem desiste", "só não consegue quem desiste" e suas variáveis. Mas nem sempre a teoria bate com a realidade.

Pelo menos não no meu mundinho...

(PS- quem quiser descobrir a definição de Felicidade pelo professor Clóvis na ótima entrevista, clica aqui... e ria comigo...)


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