segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

aprendendo com os erros alheios


Uma amiga estava saindo um cara. "Ele é legal", "gosto da companhia dele", sempre dito entre bocejos, voz desanimada e braços cruzados. (pausa dramática: impressionante como preferimos estar sozinhos acompanhados a sozinhos conosco mesmo, né? volta). Ela quase que literalmente cagava para o cara: tanto fazia quanto não fazia ele aparecer, e se ele mandasse muitas mensagens ela surtava falando QUE SACO entre reviradas de olhos.

Dai o cara a pediu em namoro. Ela dizia não estar preparada. E o cara era simpático, legal, gente boa zzzzzz.

O cara falou tchau.

E ela surtou!

Surtou completamente, assim, desesperadoramente surtada. De repente ela concluiu (?) que o cara era o homem da vida dela, teve palpitações físicas a ponto de ir para o hospital (sim, o emocional é muito mais poderoso do que imaginamos), meu deus não posso perder uma pessoa que me trata tão bem, amiga o que eu faço.

Nestas horas, percebi que não adianta falar ou fazer nada. A pessoa surtada fará o que ela quiser, mesmo que seja a maior cagada da galáxia. Você pode aconselhar, ter toda a paciência do mundo, mas aqui entra aquela filosófica frase do mestre dos magos => "às vezes, o melhor jeito de mostrar que alguém está errado é deixando-o seguir o caminho escolhido" (esta é uma pérola do instagram).

Tenho que estar preparada para quando tudo der merda (e já deu, tô adiantando o gran finale) pois terei que exercer toda a paciência que não tenho. Mas posso também disto tirar várias lições para mim: carência é uma grande merda. E ela se camufla de forma nociva muitas vezes...

Mudando de alhos para bugalhos, conheço uma outra pessoa que acha que a vida é linear. Que se você fizer sua parte, você conseguirá o que quer. Simples né?

Simples até a Vida, a fanfarrona, resolver deixar de corpo mole e decidir que é hora de ela mostrar quem manda. Então essa moça que eu conheço está puta da vida porque ela segue fazendo o certo (definido na cabeça dela isso, veja bem, não há um padrão específico a seguir), acreditando que conseguirá o que quer, como sempre conseguiu.

Só que ela não está conseguindo. Por uma, duas, sei lá quantas vezes.

E ela fica puta. "Eu não acredito nisto, é cômodo". Desculpe, moça, mas cômodo é você acreditar que o mundo gira conforme você quer só porque sempre girou até aqui. Já parou para pensar que pode ser que você NUNCA mais consiga ter uma vida linear? Que todos os nãos que você nunca recebeu da vida você receberá daqui para a frente? Que todo o traquejo de vida que você não tem terá que ser aprendido na marra?

Acredito em várias coisas, desacredito em tantas outras. Uma coisa eu reflito sobre sempre (significando que não tenho opinião completamente formada sobre o assunto): você passará por uma situação quantas vezes forem necessárias até você aprender a lição.

E de novo eu tento tirar uma sabedoria para mim: quantas tarefas eu tenho repetido por não ter aprendido a lição? Quantas lições eu não repito sem saber por não enxergar o óbvio?

Para a moça, posso dizer apenas o seguinte, apesar de saber que ela me odiará com todas as forças =>

E você pode até ter momentos de "vida linear", e se isto te faz bem, aproveite-os. Mas saiba que a única verdade é que você não controla absolutamente nada, nada, n-a-d-a. Talvez, no máximo, você controle a ideia de que tem controle sobre tudo.

E eu com isso? Nada também. Só tento aprender com os acontecimentos alheios para não sair tão queimada quando for minha vez de jogar. Porque a gente tem que jogar independentemente das cartas recebidas. E não é porque eu sempre ganhei que continuarei ganhando.

(e nem porque sempre perdi que não há uma luz no fim do túnel...)

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