quarta-feira, 30 de novembro de 2011

autossabotagem - parte III e final. Final?


Ontem uma menina desmaiou na academia. Era horário do almoço, achei que ela estava em jejum, sei lá. Depois de acordar, ela disse que já tinha malhado cedo, estava ali naquele horário e voltaria à noite. "Nossa, será que é treino para alguma corrida? Será que ela perdeu alguma aposta?" Todos voltaram aos seus treinos até que ficamos perto dela eu e a professora. Para nos certificarmos que estava tudo bem, sabe? Até que ela disse a seguinte coisa: estou com muito peso na consciência e treinando loucamente desde ontem porque no domingo comi um bombom. O_O

Sim, ela disse isto. Eu olhei para ela e achei que era brincadeira, tanto que perguntei se ela tinha algum problema de saúde, dei uma risadinha antes para ela não ficar chateada de ninguém rir da piada dela, enfim... Não, era verdade. Ela estava malhando 3 vezes por dia sem nada no estômago, por que no domingo ela comeu um bombom. Eu olhei para ela já tendo que controlar o exu violento que toma conta de mim nestas horas, mas mantive a elegância e disse: é sério isto? Sim, era. E ela enfatizou o fato de estar com muita vergonha de si mesma por ter comido o bombom já que ela tinha feito uma lipo paga pelo pai (algo enfatizado n vezes) há uns meses. E ela tinha 21 anos (ai não sei por que ela ficava repetindo isto; talvez uma tentativa de me chamar de velha?)

Olhei MUITO SÉRIO para ela e só perguntei "POR QUE VOCÊ SE FAZ ISTO?" Burra, não deveria ter perguntado. Ela começou a chorar e disse que o namorado ficava chamando ela de fofucha, gordinha, apelidinhos carinhosos, e que jogava na cara dela o bombom pós-lipo-paga-pelo-pai.

Perdi a elegância logo ali. Falei para ela pegar o dinheiro dela ou do pai ou se quisesse indicava onde tinha terapia gratuita, mas era para ela parar tudo e fazer terapia + análise. Que eu não sabia nada da vida dela, mas ver alguém prejudicando a saúde por que o pai pagou a lipo ou por que o namorado falava que ela era "gordinha", honestamente não dava. Falta de amor próprio tem limite, e que ela deveria ver qual era o dela. Sei lá, nem me lembro, mas fiquei fula da vida que a outra desmaiava para agradar os outros.

Este texto poderia ser um dos vários da coletânea AUTOSSABOTAGEM. Acho até que é. Penso em quantas pessoas não fazem absurdos para serem magras (note: a menina era normal. Não era magra, nem gorda. E se não tivesse falado que fez lipo ninguém saberia). Será que vale a pena? Será que isto não esconde zilhares de coisas por trás?

ATÉ QUANDO NOS PUNIREMOS PARA AGRADAR OS OUTROS? No fundo no fundo, acho que a coletânea se resume a isto...

PS - ah sim, ela se recuperou... e voltou para a esteira...

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

santinhos do pau oco


A referência que eu tinha da Ellen Jabour era o fato de ela ser ex-namorada do Rodrigo Santoro. Dai vasculhei um pouco a net e tem até notícia dizendo que ela foi laranja de uma grande empresa, que ela é ziliardária, estilista, natureba, paz e amor, etc. Nada disto mais conta após ela ter sido fotografada junto ao menino do grupo Restart durante o SWU. A maison dela tombé?

Nestas horas agradeço a Deus por ser anônima. Imagina você ser solteira, maior de idade, independente, ai resolve ir sozinha ou acompanhada e lá é clicada bem alterada e ficando com um menino que tem 14 anos a menos que você (algo enfatizado à exaustão em alguns textos). Ai estou achando, e achismo não leva a nada, mas será que ela pensava em casar com o moleque? Noivar e entrar de véu e grinalda na Nossa Senhora do Esparadrapo? OU será que ela estava em um show de rock, curtindo, tomando umas e algumas outras más, e resolveu dar uns beijos naquele que apareceu? Que parece que ela já conhecia?

Foi falado do fato de ela ser bem mais nova que ele. Gente, e dai? Se ela não se incomoda com isto, qual o problema? Eu não gosto de mais novos, tenho um pezinho mais na geriatria sabe? Mas qual o problema? E se ela quisesse ser a Suzana Vieira moderna, qual o problema? Se ela está feliz assim, por que isto incomoda tanto?

O menino parece que saiu bem na fita, e ela ficou queimada. Isto diz muito sobre os nossos (pré)conceitos operantes. Se não estivéssemos no avançado século XXI temo que ela seria queimada na fogueira, em praça pública. Isto terá repercussões? Imagino que sim, que ela levará esta letra escarlate no peito. Se ela teve ressaca moral, quem nunca teve? O problema é que ela não tem o escudo do anonimato que a grande maioria de nós possui... E pelo jeito muitos usam este mesmo escudo para julgar os outros, enquanto se escondem posando de santinhos. Todos do pau oco.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Quantos NÃOs são necessários?


Quantos NÃOs você já tomou na vida? Sério? Aposto que bem mais que os mirradinhos "sim" que você coleciona... E você é uma daquelas pessoas que ao ouvir o primeiro põe seu rabinho debaixo das pernas e sai tentando ser invisível? Ou você é daquelas que lutam até onde der, até onde você traçou como sendo o limite? Ou você continua tentando, tentando, até... bom, preencha você os três pontinhos anteriores.

A gente lê sobre pessoas que tiveram seu livro recusado 42 vezes, e só na 43ª ela foi publicado (caso do livro The Help, que é atualmente o livro mais lido nos EUA e que baixou por aqui com o título A Resposta, e que também virou o filme que é cotado para ser o grande vencedor do Oscar do próximo ano - se chama Histórias Cruzadas o filme, vai entender). Ela tomou 42 "não". Me pergunto se eu teria a mesma tenacidade que a moça.

Penso nisto porque ontem ouvi uma menina dizendo para outra (duas mulheres, na verdade) "você não pode desistir! Não agora que chegou tão perto". Me pergunto: após trocentas tentativas você está cansado, certo? E qual o problema de desistir ali?  Se a pessoa decide largar tudo e ir morar em uma oca, mesmo tentado muito algo que não deu certo, por que ela não pode desistir? Este "chegou tão perto" é garantia de sucesso num curto prazo de tempo?

Na verdade meu medo não é nadar e morrer na praia. Meu medo é tentar loucamente algo que, lá na frente ou aqui do lado, eu possa não concretizar. E se eu fiquei me esgoelando para conseguir algo que não era para ser? Kurt Cobain disse uma vez que a gente precisava ter cuidado com o que queria, por que poderíamos acabar conseguindo. Você nunca pensou que talvez você tente, tente, (...), tente algo e não consegue pelo simples motivo que não é para ser?

A pergunta, com A maiúsculo, acaba sendo: será que insistir demais em algo que não vem não seria um sinal dos deuses, duendes, fadas, orcs, sei lá eu, de que simplesmente NÃO É PARA SER? Ou será que precisaremos tomar 42 "nãos" para ouvir o tão esperado "sim"? Qual será o nosso número da virada? OU melhor, ele existe?

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A hora certa de ir ao supermercado...


Eu "ganhei emprestado" (espero que seja para devolver né? e existe isto? ganhar emprestado? enfim...) o livro com o seguinte título: "Como se casar depois dos 35". Ok, ruminemos juntos com calma sobre tudo: o título, a intenção por trás dele, as entrelinhas, etc.

No momento em que recebi o presente de grego eu dei muita risada, mas agora penso se foi zoeira (o que espero que tenha sido o caso) ou se eu passo este desespero todo! Repito: espero que seja a primeira alternativa.


Bom, não li ainda o livro, até porque o peguei emprestado semana passada e no momento leio 3 da Cláudia Tajes, entre outros (chorei rindo o "Vida Sexual da Mulher Feia". O pessoal do vôo deve achar que eu tinha fumado algo! LEIAM!).  Só que hoje me reencontrei com a pessoa-que-me-emprestou-o-livro e havia outras em volta. Em tom mezzo-brincando-mezzo-não-brincando (não sei, senti isto no ar) surgiu o assunto do empréstimo e a pessoa-que-me-emprestou-o-livro (vou chamá-la Ju para facilitar, ta?) disse que o tal se tratava de um plano de marketing feito pela Universidade Harvard. Eu sei o que é Plano de Marketing e sim, já ouvi falar em Harvard. A conversa continuou:

"O livro fala os horários em que você deve ir no supermercado para encontrar alguém, o que fazer em determinadas situações, como agir, etc..." Ok, ajudem a tia aqui e me digam se estou exagerando. Sigam-me:

Eu dependo de mim para tudo! Carrego minhas compras, pago minhas contas, calculo tudo, abro mão de A para ter B, enfim, sou como qualquer pessoa normal da minha idade. Tem as coisas que gosto de fazer, tem as que faço sem gostar, tem as que não faço de jeito algum. Tenho família, claro, mas quando a janela fechou no meu dedo no dia da tempestade e eu com o osso exposto EU que tive que decidir se iria ao hospital e, quando decidi ir, fui dirigindo. Entende?

Voltemos ao papo: então descobri que sou muito independente para os homem. Que eu deveria ir em determinados horários no supermercado (achei tão bizarro isto que continuo repetindo este mantra) e pedir ajuda para carregar as compras. Que eu deveria posar de Sandy (antes da fase Devassa).

Só que também disseram que para tudo o que me era colocado eu tinha resposta. Assim: "o que você gosta de fazer?" Respondi que gosto de ler e ver filmes. Daí me disseram "vai na livraria blablabla". Disse que comprava com desconto pela net e que gostava de LER, não de comprar o livro. Disseram para ir no cinema em tal horário. Disse que detesto fila no estacionamento, no cinema, pós-cinema, e que preferia assistir DVD em casa. Ai disseram que eu nao estava aberta a nada. Digo que estou aberta, não a tudo, por que se for merda prefiro me esvair desta.

"Ah, mas você fica pondo empecilho, não está interessada." Interesse é via de mão dupla, e a distância entre mim e a outra pessoa é a mesma distância de lá para cá. E se outros estivessem interessados eles chegariam até mim. "Mas se você não sair de casa e se expor você não conhecerá outras pessoas." Eu não me exponho por que não sou mercadoria em supermercado nem filme em locadora. E se depender de eu ter que ir no supermercado em tal horário, abastecer o carro em tal posto com tal roupa, fazer caras e bocas em certos lugares, ter que sair de casa para me expor, decreto aqui e agora: não casarei após os 35, nem após os 40 e nem nunca. E tem mais: eu não quero casar, não quero ter razão, não quero nada. Só quero ser feliz!

E sabe por que eu não faço nada? Por que eu sempre faço tudo e, convenhamos, poderia ter sido beeem melhor! Então estou deixando para o acaso decidir o que é (o) melhor para mim. E é isto o que tem para hoje!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Sugestões de presentes natalinos para mim


Ok, já está quase pronta a decoração da av. Paulista. Espírito natalino não bateu ainda na porta de casa, mas enfim, tem gente que já começou a comemorar. Cada um é cada um né? Mas venho aqui para, neste primeiro post de conteúdo natalino, te facilitar a vida falando o que eu gostaria muito de ganhar de presente do bom velhinho, de você, do meu amigo secreto (se é que participarei de algum), etc? Então pega o bloquinho de anotações e segue a titia:

Eu gosto muito de ler né? Então aceito um vale-livros. Notou? EU QUERO O VALE-LIVROS! De alguma loja perto da minha casa, por favor, já que se você me der um vale-livros de uma loja no interior do Pará será difícil eu conseguir trocá-lo. Por que eu não peço já o livro? Porque unirei o útil ao agradável e usarei seu presente como desculpa para brincar no meu parque de diversões favorito. E provavelmente sairei de lá com mais uns 3, 4 livros na sacola. (Pode ser da FNAC ou Livraria Cultura, não recebi jabá deles para por isto aqui, é para facilitar minha vida mesmo. Grata!)

Gostaria também de ganhar a 3ª temporada de Ally McBeal, ou então TODAS as temporadas de Being Erica. Podem ser de segunda mão, não ligo. Também estou precisando de meias (as mesmas que pedi de aniversário em agosto e que ainda não ganhei e nem comprei). De todas as alturas, mas gosto de meias coloridas. Cremes tipo Victoria Secret não preciso no momento, mas é sempre bom né? Ah sim, estou necessitada no momento também de lápis. Eu gosto de lápis com borracha na ponta, não gosto de lapiseira, mas já disse isto antes.

Se você quiser agradar mesmo a amiga, gostaria de ganhar uma bolsa grande, de preferência que não seja da Louis Vuitton. Se você quiser insistir nisto porém, saiba que não tenho restrição alguma. Quero também sapatilhas número 37/38 amarela ou laranja. Sim, sou básica. Também preciso de creme para as mãos, com FPS, por favor. Shampoos para cabelo oleoso ou um pincel para passar blush. Tô precisando de post-it coloridos ou uma capa nova (colorida) para meu aifone. Laranja de preferência (estou no momento oscilando entre as cores vermelho, laranja e amarelo. O que será que significa?)

Acho que tá bom. Deixei várias dicas para todos os bolsos. Se não der nada disto, gosto muito de cartões, mesmo os virtuais. Se não der também, sossegado! O que importa são os sentimentos e vibrações por trás de tudo, então gostaria que você pensasse em mim e me desejasse o bem. Te desejo tudo em dobro! Posso não estar no espírito natalino (ainda), mas acredito muito nas forças que regem o tudo... E desejo que cada um receba tudo de bom que eu quero para mim, e que 2012 seja O ano de cada um. Que assim seja!





terça-feira, 22 de novembro de 2011

escolhendo a cor da pílula


Se você pudesse voltar no tempo, nesta vida ainda (caso você leitor acredite em vidas passadas, me limito à esta aqui ta?), e tivesse a chance de mudar uma coisa da qual você se arrepende, você sabe qual seria esta coisa? E você já parou para pensar em como sua vida seria caso você tivesse escolhido o azul ao invés do amarelo? Naqueles minutos de bobeira em que você está no trânsito cantando uma canção mentalmente, durante o banho, qualquer lugar que seja, você já pensou nisto?

Como naquele filme As Pontes de Madison, que recomendo total a você leitor que quer chorar, chorar e chorar (ok que metade do filme é meio lento, mas tudo se encaixa para o contexto da porta do carro). Sabe quando a Francesca para com a mão na maçaneta na porta do carro pronta para abrir e seguir o amor da sua vida, mas dentro do carro está a família não tão margarina dela e ela tem que escolher entre eles? E se ela tivesse escolhido outra coisa?

E se a mulher de Cidade dos Anjos não tivesse morrido após o Seth ter caído na Terra? E se você tivesse ficado com aquele cara que você disse não? E se você não tivesse ido naquele dia, naquela hora e naquele local? E se as escolhas fossem outras? O resultado teria sido o mesmo?

Tem gente que fala que o final está lá, só os caminhos que mudam. Tem horas que acredito nisto piamente, tem horas que minha fé dá uma estremecida. Na verdade, tenho comigo uma lista de coisas que gostaria de ter visto como acabaria caso eu tivesse escolhido a pílula azul ao invés da vermelha. Igual? Diferente? A ordem dos fatores altera o produto?

Estes "e se" são perigosos, por que podem te levar a um loop infinito. Não tem como saber como teria sido. E você pode acabar melancólica sem saber o motivo só por ficar imaginando um novo final para o filme da sua vida.

Mas te digo: se tivesse que escolher uma coisa na vida para voltar e escolher diferente, sei o que seria. E pagaria sim para ver. E você?

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

PADRÕES


Você repete qual padrão? Não digo dos rituais, como levantar-ir-ao-banheiro-tomar-café-ir-trabalhar, digo padrões de vida mesmo. Qual é o seu?

Para quem quiser ler sobre o assunto sugiro o ótimo livro O Ciclo da Autossabotagem, que a Marcia Tiburi uma vez indicou no Saia Justa e eu emprestei de uma amiga (amiga, está em casa, mas juro que devolvo). Ou pode assistir ao Being Erica (adoooro).

Em um episódio, há esta discussão: você sabe qual é o padrão que você repete? Seja para namorados, comportamentos, etc? E você já parou para pensar se tudo isto não é uma repetição de padrões de seus amigos, pais, sei lá, exuma o passado aí e vê o que você tem armazenado de inútil.

É aquela coisa: o que você busca em alguém? Que ele seja igual a você ou que ele seja seu oposto? SE for igual será ótimo, por que a priori você tem menos motivos para brigas e discussões. Por outro lado, pode ficar beeeem chato. Se a pessoa for seu oposto, pode ser que você busque nela algo que você não possui. Isto pode ser muito legal no início, mas com o tempo fica difícil a convivência, já que sempre abrir mão cansa. Ou você que detesta música sertaneja e balada vai me dizer que adoraria só frequentar locais deste tipo? E você ai, super baladeiro, adoraria ficar em casa de sábado a noite com seu love? Vai me dizer que não cansa após um tempo?

Bom, tanto o seriado ou o livro caem na mesma premissa: uma das coisas mais difíceis que tem é descobrir qual é seu padrão que tem sido repetido. Por mais na cara que esteja, não vemos, acredite. Como a mulher que apanha do marido, se separa e arranja outro marido que... bate nela. Ela não percebe o padrão em que está inserida. Quando percebe, ela analisa os prós ou contras de ficar com a pessoa, mas a questão está em perceber o que se está escancarado para o mundo. Para você, nada. Livre-arbítrio é isto, e cada um sabe o que é melhor para si. Se não sabe, uma hora descobrirá.

Proponho então um exercício: qual é seu padrão? Você tem dedo podre para namorados? Você sempre desiste de tudo o que começa? Você sempre diz "sim" quando quer gritar "não"? Você sai em locais e com gente que não quer por que prefere isto a ficar sozinha? Qual é sua pergunta? Qual é seu padrão? Vai doer descobrir, auto-análise pode ferir e muito. Mas, uma vez descobrindo, você pode fazer algo a respeito. Mesmo que este fazer algo seja fazer nada. Pelo menos você saiu do limbo...


sábado, 19 de novembro de 2011

Ele se casa domingo


Não imaginava que a notícia do casamento dele me fizesse tremer. Errei, e feio. Ao saber da notícia, comecei a tremer descontroladamente, a suar, a balbuciar. Só não babei porque corri para o banheiro com a mão na altura do coração. O ar faltava, as paredes giravam. E o modo como soube? Durante o jantar, com todos sentados à mesa, família reunida. Pedi para minha mãe me passar o azeite, ela me devolveu o azeite com a bomba "sabia que o Carlinhos se casa daqui a 20 dias, no domingo?" Não, não sabia. O resto você já sabe.

Eu e Carlinhos tinhamos um daqueles namoros de adolescência sabe? Nos conhecemos e nos descobrimos antes da maioridade. Quando "crescemos" começamos a ser um daqueles casais que brigam e voltam, voltam e brigam, quase com um ritmo cadenciado. Até que um dia terminamos. Os dias passaram, eu não ligava para ele (lembro de pensar que era hora de ele ligar, já que da última vez eu que tinha ligado). Ele não ligou. Quando eu liguei, soube pela mãe dele (sempre as mães...) que ele tinha mudado o celular e estava saindo com um moça. Que óbvio que ela preferia a mim, mas ela não podia fazer nada. Aliás, aquilo deveria ser fogo de palha. Não era, e ela se casa com ele no domingo.

Isto já faz dois anos. Mas sempre achei que ele voltaria para mim sabe? Segui com a vida, conheci pessoas, até engatei em rolos sérios. Rolos sérios, existe isto? Existe sim. E este turbilhão de sentimentos que não sei denominar, o que é isto? Por que eu fiquei assim?

Voltei à mesa, o assunto ainda era aquilo. Me calei, respondia sim ou não. Perceberam, não mais me incomodaram. Até que na quinta-feira minha mãe deixa recado no meu celular pedindo para eu comprar o presente, já que eu saberia o que ELE gostava. E aproveitando, poderia comprar e escrever o cartão, já que eu era a melhor com as palavras. Ouvia a mensagem e chorava. De raiva. De ódio. De tristeza. Do que?

Decidi já ir no casamento umas vinte vezes, mas desisti umas trinta. Não sei o que fazer. Hoje é sábado, amanhã é o dia. Não sei o que será para mim ver aquela cena. Ver os sorrisos e lágrimas de felicidade. Não, tenho que fechar este ciclo, EU VOU! EU VOU!

... ... ...

Não tenho coragem...

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baseado em fatos reais... FORÇA VOCê QUE SABE QUE O TEXTO É PARA VOCÊ! FORÇA!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

aos meus leitores



Um dia uma menina que eu vejo toda terça-feira chegou para mim com cara de brava e perguntou “você não escreve mais no blog?” Achei que era pegadinha, mas peraí, como ela sabia do CCQ? Ela disse que não só sabia como lia os textos e até indicava. Quase morri!
Morri porque meu amado CCQ é algo que faço para mim! É minha terapia virtual, onde digito tudo o que tenho, penso, acho, sinto. Meu maior esforço é tentar organizar várias coisas distintas que quero em algo que faça sentido. E, pasmem, ao terminar qualquer texto que seja, estou melhor. Mais leve, não sei explicar.
E daí saber que tem gente que para sua vida para ler o que escrevo me deixou muito... feliz? Não sei se esta era a palavra, já que jamais imaginei que alguém pararia para ler o que eu escrevo. E mais, nunca imaginei que haveria pessoas que se IDENTIFICARIAM com o que está ali, preto no branco. E tem...
Descobri que tem gente de outros estados (O_O) que leem o CCQ. Algumas dizem “parece que você entrou na minha cabeça/coração e escreveu exatamente o que eu queria escrever.” Poxa vida, que legal isto. E que bom saber que não sou a única no mundo, que não estou sozinha em meus achismos.
Poderia tentar escrever para o pessoal que vem aqui, mas não ficaria legal. Prefiro escrever do meu mundo e ponto de vista, que é menos complicado quando a gente não tem as palavras suficientes. Então aproveito aqui para dizer que tenho pensado em dar uma pause no CCQ. Umas férias. Motivo? Tenho tido dificuldade em concatenar as ideias. Tenho tido dificuldade em por no papel as coisas. O problema sou eu, e é verdade neste caso, não desculpa de namorado quando não tem algo melhor para dizer e quer terminar um namoro.
Então saiba que se os posts começarem a ficar espaçados, é porque estou em período sabático. E obrigada a vocês que acabaram caindo neste blog. Fico HONRADA em saber que vocês leram as abobrinhas que eu digito. Se escrevi merda, foi mal. Ás vezes é bom a gente dar uma parada para analisar como estão as coisas conosco... E voltarmos depois melhor. Sempre melhor... Assim espero!

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

RÓTULOS


Sou alta, magra, gorda, bonita, feia, feliz, depressiva, insone, chata, cabeçuda, romântica, sonhadora, guerreira, bla bla bla. Nos damos vários adjetivos, nem todos positivos, e algumas vezes outras pessoas nos rotulam. Colocam um post-it no nosso braço nos colocando em determinadas categorias. Já viu isto? Ou se fez isto? Eu já! E muitas vezes...

Até que vi um episódio de Being Erica (agradecimentos eternos à @mariaritamm que me apresentou ao seriado, e vale a pena ficar baixando da net episódio a episódio) onde ela se questionava a seguinte coisa: cada vez que recebemos um rótulo, abrimos mão de todo o resto. Nos colocamos em uma caixinha ou somos lá colocados, e lá permanecemos. E por que isto? Para que?

Vivo falando que sou isto, sou aquilo, aqui em outros posts antigos mesmo. Sim, sou alta para os padrões tupiniquins, mas duvido que assim seria na Rússia. Sou gorda para os padrões daqui, mas sou super normal em outros países, apesar do meu manequim não ser 38. Sempre que nos colocamos um rótulo é relacionado (comparado talvez?) ao contexto em que nos inserimos. Problemas com isto? Sim, um grande problema: tendemos a nos ver como apenas as etiquetas que carregamos conosco. Nos limitamos a isto. Não é problema suficiente para você? Para mim é!

Não sou apenas os n rótulos que me dei ou me deram. Sou muito mais do que isto! E não quero ser limitada por clichês. Meus horizontes são mais amplos do que delimitações (auto)impostas. E tenho muito receio quando as definições carregadas não são positivas. As palavras tem peso, e são muito mais pesadas quando negativas. Já reparou?

Não sei, tô com ruga na cara e nunca tinha pensado nisto... Mas decidi me libertar um pouco dos adjetivos cuja carapuça vesti. A vida já é difícil por si só, não preciso ficar catando pedras para carregar nos bolsos...


terça-feira, 15 de novembro de 2011

vergonha alheia



Não sou carioca e fui pouquíssimas vezes para o Rio de Janeiro. Acho muito fácil ter opínião formada sobre algo que não me diz respeito, sabe? É fácil achar isto ou aquilo quando eu estou de longe, assistindo pela televisão, lendo o que é escrito, tudo em frente ao ventilador no sofá da minha casa. Então, penso assim, que bagagem ou condições tenho eu para falar da entrada da polícia na Rocinha ou qualquer outro lugar? No meu ponto de vista, nenhum. Só que tem algo lá que me diz respeito sim, e que me deixou engasgada. Segue a tia:

Neste texto aqui (lê depois tá?), preste atenção neste parágrafo, que fala de uma senhora na fila para comida pós-tsunami no Japão: "Uma senhora de meia idade foi entrevistada na fila onde as rações de alimentos estavam sendo distribuídas. Perguntada por que, diante da perspectiva de falta de alimento, ela esperava calmamente pela sua vez na fila, ela singelamente respondeu: “Porque se agisse de outra maneira, traria grande vergonha para mim e minha família.”. Também agora nesta ocupação, um tenente parece que recusou um milhão de reais para libertar o outro lá, e quando perguntado o porquê disto (seu salário foi divulgado como sendo $3.000) ele disse que se lembrou da criação de seus pais.

Após ler isto, e me lembrar de outras reportagens a respeito, onde garis encontram dinheiro e devolvem, onde pessoas encontram (já ouviu o famoso "achado não é roubado"?) qualquer coisa que não lhes pertença e devolvem e a partir dai são foco de atenção por terem feito o certo, me pergunto: se estas ações geram tamanha atenção é porque são exceções. Fazer o certo virou exceção. Recusar suborno, propina, chame do que quiser, é exceção. Achar e devolver ao dono é exceção. Então, a regra é todo o oposto disto? É assim que o mundo está agora? O Brasil se limita a isto hoje?  "Sempre foi assim" -> não concordo! Para mim, piorou.

O Giuliani, quando prefeito de Nova Iorque, conseguiu reduzir a criminalidade na cidade afastando a banda podre da polícia, aumentando o salário deles, entre outras coisas. Apelou para o patriotismo: "quem não quer uma cidade melhor não é patriota, etc." Aqui isto não vingaria (acho), mas sei lá, as vezes este povim que faz maracutaia tenha pelo menos respeito pelos pais. Eu morreria se envergonhasse meus pais, algo como a senhorinha nipônica.

Que tudo fique bem no Rio, em Nova Iorque, em São Paulo, na China. Que a exceção se torne a regra, e que atos como fazer o certo, sem muita dificuldade na sua definição, não rendam mais manchetes por serem, simplesmente, banais.
PS - sei que o texto ficou uma bosta, queria dizer bem mais coisa, mas tô de "férias" até o finzinho do dia... e isto é o que teve para hoje...

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

playing safe


Existe um ditado em um país que eu não me lembro qual é que diz que são os que se arriscam que recebem as  recompensas. Que se você é daqueles que não tem coragem de se jogar não serão recompensados. Será?

Conheço pessoas que largariam tudo por um amor, outros largariam do amor pela carreira. Sabe a mulher que escreveu Comer, Rezar Amar? Li o livro e a única coisa que me passava pela cabeça era "mas como ela se mantém?" Sim, sou coxinha e já disse isto zilhões de vezes, e este não é o tema deste post. Ela pegou as tralhas dela e se mudou de mala e cuia para o outro lado do mundo para curar as feridas dela (?), se conhecer...

Já disse em outro post também que sou apaixonada pelo blog Tashi Delek (vê aí do lado o link) porque a Elka pegou as trouxas dela e a filha pequena e se mandou para a Ïndia. Hoje mora no Nepal! NO NEPAL! Não Nova Iorque, Paris, onde o povo vai para viver o mundo. Ela mora aos pés do Himalaia. Se tudo foi ou são flores? Creio que não né? Mas ela se jogou, foi com tudo! Admiro muito isto! Muito mesmo! Mas penso se eu faria isto...

Não, não faria. Não tenho o que estas pessoas possuem, que chamo de coragem pela falta da palavra correta. Se fizesse as loucuras que tinha (tenho) vontade e que me acho velha demais para fazer estaria me agredindo. Estaria fazendo porque... por que tem que fazer? É assim então? "Você tem que relaxar, você tem que se soltar, você tem que..." Tá, está escrito onde isto? Por que temos que fazer isto, aquilo ou aquilo outro? Por que o que o outro faz tem que ser padrão para o que eu faço e o modo como vivo a vida?

A gente sempre tem que fazer alguma coisa. Sempre. Se o mundo gosta de balada e eu não gosto, então tenho que ir porque todo mundo vai? Já fiz muita coisa que não queria porque "tinha" que fazer... Não faço mais isto... Cada um tem seu jeito, e que pena que quando o outro pensa diferente isto incomoda alguns... O jeito que eu vivo é o certo? Para mim é, e é o que me basta. E penso se, às vezes, a maior de todas as coragens e riscos assumidos não advém de se dizer ao mundo apenas "não".


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

autossabotagem - parte dois


Ok, este post começou ontem, mas resolvi dividi-lo em partes. Quantas? Não tenho idéia, mas temo ser várias.

Pois bem, uma das maiores autossabotagens que existe é, na minha opinião, valorizar mais a opinião alheia do que a sua própria. Já reparou como o mundo tem sempre a resposta para os seus problemas? "Se eu fosse você, eu faria assim. Se eu fosse você, faria assado". Então, a coisa já começa errada pela simples premissa que A PESSOA NÃO É VOCÊ! Pronto! Ela pode tentar ajudar, ou ser do grupo que fica metendo o bedelho onde não é chamada, mas no fundo, por mais boa intenção que o outro tenha, a verdade é uma única: no final do dia, é você que estará na sua pele. É você e suas lágrimas com seu travesseiro. Ponto e basta.

Por algum motivo que não sei direito qual é, algumas pessoas valorizam sobremaneira a opinião dos outros e até se esquecem de viver por isto. Tudo o que fazem ou deixam de fazer é pensando na aprovação alheia. Lógico que todos sempre terão opinião sobre tudo, agora, o peso e importância que você dá a isto só cabe a você delimitar. Pense: te faz bem viver a vida em prol dos olhos dos outros? Se você fica feliz pintando o cabelo de roxo e andando feito saci pela rua, e daí se te chamam de louca?

Lembro de um episódio de Friends onde a Phoebe foi correr no parque com a Rachel, e a Rachel ficou morrendo de vergonha do jeito todo louca do bairro que a Pheebs corria. Mas era bem louco mesmo sabe? Engraçadíssimo. Daí a Rachel pergunta para ela se ela não tinha vergonha de correr assim já que todos ficavam olhando. Ela diz que não, que nunca viu ou verá de novo aquelas pessoas, e que aquele era o único jeito que ela conhecia que era divertido! Ela escolhia a diversão a se moldar aos padrões e julgamentos dos que iriam reprová-la. Gente que ela nunca viu, e talvez nunca viesse a conhecer na vida.

Minha irmã diz que estou quase imbatível deste negócio, mas está chegando num nível que tenho que me controlar. Simplesmente escolhi não me importar. Tem coisas e gente (família e amigos) que não pergunto simplesmente porque não quero saber. O que fulano pensa de mim? Não me interessa. Os que me interessam a opinião sabem quem são e eu peço quando preciso. Vê a diferença?

Tem gente que vem me ensinar a viver e eu hoje, literalmente, saio andando. Porque isto pode fazer bem para ela, mas não ficarei mal às custas do bem do outro. Sinto muito! É o modo certo de viver a vida? Não sei. Só sei que quando a gente aprende a tirar o peso do julgamento alheio das nossas costas, te juro que o mundo fica mais colorido e menos denso. Porque já vivi os dois lados da moeda, e te garanto que estou muito melhor como estou agora...

terça-feira, 8 de novembro de 2011

autossabotagem - primeiro ato


Você é muito dura com você mesma? Pega pesado? Daquelas que ficam se chicoteando a torto e a direito, sempre achando que poderia ter feito melhor, sido melhor, SER melhor? Achando que nada do que você faz está bom o suficiente? Que bom, você é membro do meu clube: as autossabotadoras!

Praticar a autossabotagem é fácil, fazemos até sem perceber às vezes. Tendemos a valorizar (para deixar a pessoa feliz, sei lá eu por que razão) o que os outros fazem, mas o que fazemos, nops, sempre poderia ser melhor.  Já reparou que para os outros você aplaude tudo, tudo ficou ótimo, tudo está bom, mas para você é o oposto? Por que a gente se faz isto? Por que valorizamos tudo o que todos fazem e depreciamos nosso trabalho, nosso esforço?

Já teve época em que eu era bem pior, mas com a tal da maturidade resolvi pegar mais leve sabe? Porque cansa! Sim, cansa você tentar o perfeccionismo, sempre achar que pode mais e melhor, que ficou tudo uma bosta, que isto, que aquilo. E para cansaço recomendo escalda-pés e uma boa noite de sono, não sessões intermináveis de aperto no peito com gosto de fracasso na boca.

O bottom line para mim foi ouvir de uma senhorinha vidente que trabalha em um centro espírita que meu fígado estava gosmento e com um metro de comprimento de tanto eu engolir sapos e de me fazer mal. Não. Chega. Esta coisa de "sou leonina" para mim já não cola já que devo estar em meu signo ascendente há séculos. Resolvi ali parar de fazer isto comigo. Continuo tentando, já que old habits die hard. Um dia chego lá...

Para terminar, ouvi uma frase que não sei de quem é, mas que nunca mais me esqueci: "quem busca o ótimo perde o bom". Quero o ótimo, claro, mas vou também viver a vida. De preferência com um fígado bonitinho, e sem rugas na cara.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Prazer! Sou Erica Strange


Quem passa por aqui já percebeu que sou viciada em sitcoms. Tanto os antigos (ainda dou risada e me emociono com Friends, Ally McBeal, entre outros) quanto os novos. E neste final de semana recebi uma dica sensacional da @mariaritamm, sobre um seriado que  nunca passou no Brasil e que tinha que ser baixado na net. Pois bem, lá fui eu procurar o seriado, baixei o primeiro episódio (algo em torno de 150MB, o que levou uma meia hora com minha super conexão banda larga uó) e... me viciei. Sensacional! Já baixei quase a primeira temporada inteira, e não vejo a hora de ver os episódios.

A série se chama Being Erica e conta a estória de Erica Strange, uma mulher de 32 anos que está desempregada mesmo com um mestrado no bolso, é bonita, inteligente, engraçada, espirituosa, enfim, aquela pessoa que gostaríamos de ter como amiga. E ela não está feliz, sendo cobrada por não ser casada (até no Canadá isto tem... o negócio é se mudar pra Dinamarca mesmo), não ter um emprego legal, e ela sofre por ver pessoas que ela conheceu que estão já estabilizadas, etc... Dai, quando ela é demitida de seu emprego e é atropelada no caminho para casa ela conhece o Dr. Tom, um terapeuta que pede que ela escreva todos os seus arrependimentos em um papel.

A premissa do seriado é que somos a soma de nossas escolhas. E dr. Tom dá a Erin a possibilidade de voltar ao passado e fazer diferente coisas que ela considera que fez errado, na esperança de que tudo mude. Ah, não posso contar mais, só vendo mesmo!

A série se passa em Toronto, no Canadá. E é legal ver uma série que sai do básico Nova Iorque-Los Angeles. Como em todo seriado as pessoas são legais/bonitas/inteligentes/descoladas, mas não sei, acho o Canadá... civilizado. Ah gente, vai lá assistir logo!

No total são 4 temporadas, e este ano está no ar a última. Tem na net vários links legendados para quem quiser baixar enquanto os canais daqui não resolvem passá-lo. Dê uma chance a ele: assista ao primeiro capítulo. Quem é "mulherzinha" vai adorar. Quem tiver sensibilidade, quiser dar risada, também!

Bom, acho que já fiz minha propaganda! VALE A PENA! Então fica a dica!

Beijos em todos e uma ótima semana!

sábado, 5 de novembro de 2011

Incompleta


Sabe algumas das coisas que eu mais sinto falta quando não estou com alguém? Aposto que o leitor ficará espantado...

Sinto falta de ter alguém para ir comigo na padaria tomar lanche, sopa, conversar. Sinto falta de alguém para ir comigo no restaurante japonês (frequento sempre os mesmos e até palpitei no nome do filho do garçom) e ficar lá dando risada da vida. Sinto falta de tocar o meu celular e eu ter, automaticamente, frio na barriga. Ou de atender o celular com um sorriso, sabendo que é ele.

Sinto falta de saber que alguém se importa comigo, e não aquele importar-se que vem com o combo família ou amigos. É alguém de fora querendo saber da sua vida, torcendo por você, te empurrando quando precisar, te puxando se necessário.

Sinto falta de alguém olhar para mim com aquele brilho diferente nos olhos, sabe? Sinto falta de ter alguém para tentar tirar minha vaidade do zero. Não me visto para mulher; se assim fosse tomaria vergonha na cara e jejuaria até usar um manequim digno. Mas não, minha nutricionista quer morrer porque não me incomodo de engordar e comprar roupas maiores.

Sinto falta de alguém mexer no meu cabelo. Sinto falta de alguém com quem eu possa discutir (no sentido de argumentar) os livros que li, os filmes que vi, as cabeçadas que dei. Sinto falta de alguém que moveria mundos e fundos para estar comigo. Que viria de outro país só para ficar comigo num final de semana. Que descobriria o que eu gosto e não gosto e tentaria sempre me poupar das coisas negativas.

Sinto falta da presença. Do diálogo. De andar de braços dados por aí. De ter um torcedor inconfesso. De alguém que me escolha, e só a mim. No bom e no ruim, nas horas legais e quando eu viro um exu encarnado puto da vida.

Quero me doar inteira, mas para quem mereça. Sei do meu valor. E enquanto seu lobo não vem, a gente vai levando... E escutando isto aqui... Só saiba que eu estou aqui. Pronta. E sossegada. Mas não demore muito tá? Combinado? Combinado!

PS - obrigada à @mariaritamm que me sugeriu o título. E é dona do http://sovimpelocafezinho.blogspot.com... Vale a visita...

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Pendurar as chuteiras


Uma das coisas mais difíceis que acho que tem (para mim é) é saber a hora de parar. Pendurar as chuteiras. Porque com estas coisas de "sou brasileiro e não desisto nunca" misturado a um sentimento de fracasso se não tentar mais, com uma pitadinha de "e se" no meio, fica difícil saber o timing correto...

Dizem que a hora de parar é no auge. Ok, mas e como saber se você atingiu o ápice? Como você vai saber a hora certa de parar de jogar? É quando você estava ganhando e começa a perder? E se você só perdeu até agora, vai esperar para começar a ganhar quanto tempo? Um ano? Dois? Dez?

Já outros dizem que "você sabe" ou "você sente" a hora certa. Não sei. Se senti veio muito sutil e passou despercebido, ou então eu com minha sensibilidade de uma jaca comi bronha e perdi também. Ela volta? Pode parar depois?

Penso muito nestas questões após alguns anos lutando por algo que quero. E não é algo tipo vou-arrumar-namorado-e-casar-de-veu-e-grinalda-e-passar-a-lua-de-mel-em-Paris. É algo que faço a minha parte, mas parece que os deuses (ou vodus alheios) ou eu mesma me autossaboto na hora e, enfim, não consegui. Ainda. Ou será que é hora de parar tudo e chutar o pau da barraca e eu não estou percebendo?

Será que não é para ser e eu estou dando murro em ponta de faca? Ou será que a hora chegará e é para eu continuar insistindo? Como a gente faz nestas horas? Tira no cara ou coroa?

Alguma sugestão? Alguém?

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Leitores, sempre tento fazer o post da sexta-feira levinho, fofinho, tudo "inho"... mas se fizesse isto hoje estaria mentindo pra vocês. E, honestamente, leio estas estórias de gente que arrasta cachorro e perco um pouco mais do pouco que já tenho de fé no mundo... Ainda assim, um ótimo final de semana a todos! Beijos

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Uma resposta da qual tenho muito medo


Poderia digitar por um tempão mas serei breve. A verdade é que eu me pergunto o que ocorrerá com o mundo se os bons desistirem. Sabe, às vezes cansa, e muito... Igual peixe subindo rio contra a correnteza, onde vários morrem pelo caminho... há sempre uma renovação destes poucos que lutam para continuar, mas a grande maioria luta luta luta e não chega lá... apesar da metáfora ridícula, penso no mesmo trazendo para o ser humano: o que ocorrerá se os bons desistirem?

Confesso temer a resposta...

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Fica para a próxima então...


Descobri um blog que me fez pensar, e muito! É o TASHI DELEK, escrito pela Elka, uma brasileira que se mandou de mala e cuia aos 30 e tantos anos, com uma filha pequena, para a Índia. Hoje ela mora em Kathmandu, no Nepal. Já li e reli os posts (são vários, mas vale a pena pegar desde o primeiro e seguir, feito um livro de crônicas interligadas) mais de uma vez, e cada vez reflito sobre algo inédito.

Este blog mexe muito comigo por um motivo muito simples: admiro muito a coragem (?) da Elka. E sei que não a tenho. Não invejo, veja bem, e isto é bem diferente. Eu ADMIRO a postura dela. Pegar as coisas e ir em busca do que ela crê que a fará feliz, e na época com uma bebê debaixo do braço. E leio os posts e penso nas outras coisas que gostaria até, mas não tenho coragem (?) de fazê-las.

Queria ser fluente em francês. E alemão. Entender o que eles falam; assistir a um filme sem  legendas. Gostaria também de fazer um mochilão por países da ex-URSS. Ficando na casa das pessoas, sabe? E sei que não farei isto porque hoje não me vejo mais "dormindo na praça". Sinto muito, mas preciso de um mínimo de conforto senão minha coluna dá as caras.

Quando eu era adolescente, aliás, pirralha, antes disto até, queria trabalhar na ONU. Não deu. Queria ser tipo Médico sem Fronteiras, mas nunca me passou pela cabeça ser médico. E o tempo foi passando. E eu buscando consertar meus caminhos que se mostraram tortos desde o princípio. Dai eu acordei com uma ruga bem no meio da cara, e meus aninhos pesando nas costas.

Gostaria de ter morado um período em Nova Iorque, antes de entrar na faculdade. Gostaria de ter morado em Paris, Berlim, Londres. Sidney, antes de virar moda. Queria ter conhecido Rovaniemi e ter visto a casa do Santa Claus. E apertado o nariz das renas. Queria que meu caminho fosse mais reto, apesar de saber que não tenho um só motivo que seja para reclamar da vida.

Queria ser magra sem ter que fazer dieta. Queria poder comer o que quisesse sem me preocupar com exames alterados ou calorias a mais. Queria não ter errado em tudo o que errei. Queria ter acertado mais. Queria ter sido mais leve comigo mesma. Queria saber há 20 anos o que sei hoje da vida. Queria muita coisa.

Eu queria que o verbo não fosse o passado imperfeito. Queria que ele fosse mais-que-perfeito. Não deu. Tristeza? Não. Melancolia? Não combina comigo. Aprendo diariamente a aceitar mais as coisas como são para não sofrer. Tudo o que não deu ou que possa não dar certo, tudo bem. Fica para a próxima então...

PS - aprendi no Tashi Delek que esta palavra significa "bons auspícios" ou "que tudo corra bem". Então TASHI DELEK a todos...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Halloween Tupiniquim



(este texto era para ser postado ontem, mas antes tarde do que nunca né?)

Olha, tenho um pé atrás com esta coisa de comemorar datas festivas estrangeiras por terras brasilis. Como o Halloween, por exemplo. Que eu me lembre, quando eu era criança não tinha isto não, e na cidade onde eu morava acho que isto começou nas escolas de inglês. Assim, porque escolher tal data e não outra? Por uma questão de calendário? Ou porque é a que leva a comprar mais?

Do pouco (quase nada) que eu sei os países que comemoram isto decoram abóboras, vão nos campos colher as que querem, etc. Que bom, não é? Porque aqui no Brasil o que mais tem é campo de abóbora. Afff, e porque não comemorar o Thanksgiving então? Ou o dia do bumerangue (deve ter em algum país isto)? Porque não comemoramos o Canada Day então, que é no dia 1 de julho e já comemoraríamos também a entrada do pessoal que estuda em férias?

Para mim o Brasil sempre foi colônia. Que endeusa tudo o que vem de fora. Não sou patriota, já disse, mas não endeuso o que vem de fora. Dou, dentro dos meus padrões, a cada coisa o valor que acho justo. Errada eu? Ruim para mim ne?

Sei que existem motivos econômicos-comerciais por trás disto tudo. Mas daqui a pouco diremos que houve uma Salem por aqui. E que queimamos nossos bruxos em fogueiras cantando mantras em tupi-guarani. Não sei, o que me incomoda neste excesso de festas é o fato de nossa atenção (parecer) ser desviada de coisas mais importantes para isto. Nosso foco é totalmente desviado, não se fala do que realmente importa. O que realmente importa? O que você acha, cara-pálida?